O Banco Central Europeu alerta que a Europa enfrenta riscos de coerção econômica devido à sua forte dependência dos provedores de pagamentos americanos.
O economista-chefe do BCE, Philip Lane, destacou como o Visa e o MasterCard agora processam cerca de dois terços dos pagamentos de cartões da zona do euro, com gigantes da tecnologia como Apple Pay, Google Pay e PayPal controlando partes substanciais de transações de varejo.
“A dependência da Europa de provedores de pagamentos estrangeiros atingiu níveis de ataque”, afirmou Lane em Cork, Irlanda. “Essa dependência expõe a Europa a riscos de pressão econômica e limita nossa capacidade de controlar aspectos críticos de nossa infraestrutura financeira”.
O BCE propõe o euro digital como a solução para essa suposta crise de soberania. No entanto, esse argumento parece mascarar uma agenda mais preocupante: expandir a vigilância e o controle do governo sobre as atividades financeiras dos cidadãos.
Enquanto o BCE alega que a dependência de pagamento estrangeiro ameaça a autonomia européia, os americanos tradicionalmente defendem a liberdade de expressão e resistiram ao excesso de governo.
Apesar de controvérsias ocasionais, os processadores de pagamento dos EUA operam em um sistema que valoriza a liberdade de expressão e os mercados abertos. O euro digital, como todas as moedas digitais do banco central, cria transparência financeira sem precedentes.
Todas as transações deixariam as pegadas digitais que as autoridades poderiam acessar e analisar. Ao contrário do Cash, que fornece anonimato, os pagamentos digitais do euro criariam registros permanentes suscetíveis ao monitoramento do governo.
As preocupações crescem com o potencial de vigilância do euro digital
O membro do Conselho Executivo do BCE, Piero Cipollone, afirma que o euro digital “fortaleceria a soberania financeira da Europa”, mas evita abordar o potencial de vigilância.
As autoridades europeias, que restringiram cada vez mais a fala on -line e impuseram leis de fala de ódio, ganhariam novas ferramentas poderosas para monitorar e potencialmente restringir as transações financeiras daqueles com opiniões dissidentes.
O recurso de programação do euro digital levanta preocupações particulares. Os próprios materiais do BCE afirmam que “permitiria incentivos direcionados para incentivar a responsabilidade social e desencorajar os gastos anti -sociais” – levantando a questão de quem define o que constitui “anti -social”.
Os processadores de pagamento americanos ocasionalmente restringem usuários controversos, mas essas ações privadas diferem fundamentalmente do dinheiro controlado pelo governo. Quando o PayPal fechou temporariamente a conta da união da liberdade de expressão em 2022, a pressão pública forçou a reintegração.
Por outro lado, o controle do governo centralizado fornece aos cidadãos muito menos proteções contra o excesso de alcance. O BCE lançou uma fase de preparação para o euro digital de dois anos em outubro de 2023, que será executada até 31 de outubro de 2025.
No final de 2025, o Conselho de Administração do BCE decidirá se deve avançar para a próxima fase de preparação, após a conclusão da legislação da UE. Os europeus devem questionar se a proteção contra a coerção financeira americana teórica é realmente necessária.
Pode não justificar a criação de ferramentas sem precedentes para vigilância e controle financeiros domésticos. A liberdade de transação sem o monitoramento do governo permanece essencial para todas as outras liberdades em uma era digital.