A crescente troca tarifária entre os EUA e a China alcançou novos patamares, com Pequim anunciando um forte aumento nas tarefas sobre as importações americanas.
A partir de 12 de abril, a China aumentará tarifas de 84% para 125%, após a decisão de Washington de impor uma tarifa impressionante de 145% aos produtos chineses.
Enquanto essa troca de tit-for-tat obtém manchetes, os mercados globais ficaram entorpecidos com o drama, reagindo com volatilidade abafada em comparação com as rodadas anteriores da brechação econômica.
A China se encontra em uma posição precária. Sua economia depende muito das exportações para os EUA, que totalizaram US $ 525 bilhões em 2024 – quatro vezes o valor das exportações americanas para a China.
Com esse desequilíbrio, Pequim tem muito mais a perder nesse impasse econômico. O governo chinês não pode se dar ao luxo de reduzir a produção sem arriscar o desemprego em massa, a agitação política e os possíveis desafios à autoridade do presidente Xi Jinping.
No entanto, sem acesso ao mercado dos EUA, a China enfrenta a perspectiva de inundar mercados globais com mercadorias excedentes, o que poderia deprimir os preços e reduzir ainda mais sua economia.
Guerra dos EUA-China
Os mercados refletem esse campo de jogo irregular. Enquanto Nikkei do Japão caiu quase 3% e Kospi da Coréia do Sul diminuiu modestamente, os índices chineses mostraram pequenos ganhos à medida que os estoques de semicondutores se uniram às medidas de apoio do governo.
Enquanto isso, os mercados dos EUA viram quedas menores, e o dólar enfraqueceu significativamente em relação às grandes moedas – um movimento alguns analistas sugerem que podem se alinhar com a estratégia do presidente Trump de tornar as exportações americanas mais competitivas globalmente.
Apesar das medidas de retaliação de Pequim, os EUA mantêm uma mão mais forte nesse duelo econômico. Sua economia é menos dependente do comércio com a China e possui uma base diversificada de consumidores.
Para Washington, tarifas mais altas são um risco calculado destinado a conter as ambições econômicas da China. Para Pequim, no entanto, as apostas são existenciais. Perder acesso ao seu maior parceiro comercial poderia desestabilizar sua economia e minar sua liderança.
A questão de quem mantém a vantagem parece clara: os EUA exercem maior alavancagem nesse crossfire de tarifas de alto risco. Para a China, não se trata apenas de economia – é uma aposta com seu futuro político em jogo.