O fazendeiro brasileiro Moises Schmidt está construindo a maior fazenda de cacau do mundo na Bahia, investindo US $ 300 milhões para criar uma plantação maior que Manhattan.
Ele usa técnicas agrícolas industriais comuns em soja e milho, plantando 1.600 árvores de cacau por hectare – cinco vezes a densidade tradicional. A irrigação e a fertilização completas visam aumentar os rendimentos para 4.000 kg por hectare, superando em muito a média do Brasil e até os principais produtores como a Costa do Marfim.
Este projeto surge à medida que o mercado global de cacau enfrenta uma ruptura severa. A África Ocidental, que fornece mais de 70% do cacau do mundo, luta com rendimentos em declínio devido a doenças, seca e envelhecimento de árvores.
Gana e Costa do Marfim perderam até metade de sua produção em algumas regiões. Os preços do cacau quase triplicaram em 2024, atingindo o máximo histórico. O Brasil, apesar de suas ambições, viu sua própria produção cair em 18% na Bahia e ainda mais em Pará, afetada por El Niño e doenças vegetais.
As exportações da Bahia, no entanto, subiram em valor. Em 2024, o estado enviou 46.000 toneladas de cacau, ganhando US $ 434 milhões – um aumento de 119% em relação ao ano anterior. Esse aumento reflete escassez global e preços altos, não um aumento de produção.
Indústria de cacau do Brasil
A maioria dos cacau brasileiro ainda vem de pequenas fazendas, com 80% dos produtores operando nas margens do sistema financeiro. Novos fundos visam emprestar US $ 176 milhões a pequenos produtores de equipamentos e irrigação, mas muitos não têm acesso ao capital.
A abordagem de Schmidt quebra com a tradição. Ele cultiva cacau em pleno sol, não sombra e usa variedades de alto rendimento selecionadas nos campos de teste. Seu berçário, Biobrasil, produz até 10 milhões de mudas por ano, fornecendo sua fazenda e outros.
Especialistas veem isso como um potencial ponto de virada. Se a agricultura industrial for bem -sucedida, o Brasil poderá recuperar seu status anterior de potência de cacau, mudando o centro da indústria para longe da África Ocidental.
Altos custos, riscos de doenças e o desafio de mecanizar as colheitas permanecem. O Futuro do Cacau do Brasil depende se esses novos métodos podem fornecer alta produção estável em escala e se os pequenos produtores podem se adaptar.