A saída colombiana de Shell sinaliza política energética e mercado mais profundos

No momento, você está visualizando A saída colombiana de Shell sinaliza política energética e mercado mais profundos

A Shell decidiu vender seus 50% de apostas nos blocos de gás Fuerte Sur da Colômbia, Purple Angel e Col-5, encerrando sua parceria a montante com a Ecopetrol.

Esse movimento, confirmado por fontes da empresa e do setor, marca o fim da presença de exploração e produção da Shell na Colômbia após décadas de atividade.

A Shell continuará a fornecer lubrificantes e combustíveis através da Biomax, mas sua saída da exploração e produção sinaliza uma grande mudança. A Shell e o Ecopetrol operaram em conjunto esses blocos, que viram achados significativos de gás na última década.

O poço Gorgon-2 no bloco Col-5, perfurado a uma profundidade de 2.400 metros, confirmou a existência de uma província de gás em águas profundas no Caribe colombiano. Essas descobertas, incluindo Kronos-1 e Purple Angel-1, aumentaram as esperanças de um impulso substancial às reservas de gás da Colômbia.

Apesar do sucesso técnico, a saída da Shell reflete uma mistura de realidades comerciais e regulatórias. A empresa não encontrou volumes de gás grandes o suficiente para justificar mais investimentos em larga escala.

A saída colombiana da Shell sinaliza mudanças mais profundas de energia, política e mercado. (Reprodução da Internet fotográfica)

Enquanto isso, o governo da Colômbia parou de conceder novos contratos de exploração de petróleo e gás como parte de sua estratégia de transição de energia. Essa mudança de política criou incerteza para os investidores e limitou oportunidades de crescimento futuro no setor.

Os crescentes desafios de déficit de gás e energia da Colômbia

A Colômbia enfrenta um crescente déficit de gás. A Ecopetrol projeta um déficit de 120 bilhões de BTU por dia em 2025 e até 300 bilhões de BTU em 2026. As reservas de gás comprovadas do país estão em pouco mais de seis anos de consumo.

Sem novas descobertas ou desenvolvimentos em larga escala, a Colômbia pode precisar confiar mais nas importações, especialmente dos países vizinhos. A decisão da Shell segue um padrão.

Outras empresas globais de energia, como ExxonMobil, Chevron e Repsol, também diminuíram ou saíram do setor a montante da Colômbia nos últimos anos.

Esses movimentos destacam os desafios enfrentados pela indústria de hidrocarbonetos da Colômbia, incluindo incerteza regulatória, preocupações de segurança e questões de infraestrutura.

O plano de transição energética do governo visa diversificar os combustíveis fósseis, mas a atual capacidade de geração de energia da Colômbia fica muito aquém do que é necessário para a eletrificação total. Os combustíveis fósseis ainda desempenham um papel crítico na economia e nas finanças públicas.

A saída da Shell ressalta a tensão entre as ambições energéticas da Colômbia e as realidades da demanda do mercado, risco de investimento e segurança energética nacional. O futuro do desenvolvimento de gás offshore agora repousa com ecopetrol e um pool de parceiros internacionais.