A Reuters relatou que a USIMINAS, um dos maiores grupos de aço e mineração do Brasil, registrou uma reviravolta dramática nos resultados do primeiro trimestre de 2025, mas os investidores responderam com ceticismo.
O lucro líquido da empresa aumentou para R $ 337 milhões (US $ 59 milhões), marcando um aumento de 845% em comparação com o mesmo período do ano passado. Os analistas esperavam um lucro de R $ 200 milhões (US $ 35 milhões), tornando o resultado uma batida significativa.
Apesar disso, as ações da USIMINAS caíram 5,6%, para R $ 5,74 (US $ 1,01) após os resultados. A reação do mercado refletiu preocupações sobre as perspectivas da empresa, em vez de decepção com seu desempenho recente.
A USIMINAS atribuiu seu trimestre forte a preços mais altos de aço, especialmente no setor automotivo, e custos mais baixos em sua divisão de aço. O EBITDA ajustado da empresa atingiu R $ 733 milhões (US $ 129 milhões), um aumento de 76% ano a ano, com uma margem EBITDA de 11%, um aumento de quatro pontos.
Enquanto isso, a receita líquida subiu 10% para R $ 6,8 bilhões (US $ 1,19 bilhão). O volume de vendas de aço da empresa aumentou para 1,09 milhão de toneladas, um aumento de 5% ano a ano.
O volume de vendas de mineração também cresceu, atingindo 2,2 milhões de toneladas, um aumento de 13% em relação ao ano anterior. A USIMINAS se beneficiou de um setor automotivo robusto, que viu a produção de veículos se expandir 8,3% no trimestre.
USIMINAS Publica o Q1 de recuperação em meio a aumentos de preços
A empresa implementou aumentos de preços de 2 a 3% para montadoras e 2-5% em outros segmentos estratégicos. A USIMINAS registrou um ganho cambial positivo de R $ 112 milhões (US $ 20 milhões), revertendo uma perda de R $ 233 milhões (US $ 41 milhões) no trimestre anterior.
No entanto, a dívida líquida subiu para R $ 1,37 bilhão (US $ 240 milhões), principalmente devido a necessidades de capital de giro. As despesas de capital caíram 43% trimestre-a-trimestre para R $ 219 milhões (US $ 38 milhões).
Analistas da XP Investimentos descreveram os resultados como sólidos, destacando o impacto positivo de preços mais altos e custos mais baixos. Eles alertaram, no entanto, que as altas importações de aço poderiam pressionar a pressão na segunda metade do ano.
As taxas de juros elevadas do Brasil também podem contribuir para essa pressão. O Santander manteve uma classificação neutra nas ações com um preço -alvo de R $ 7,50 (US $ 1,32), citando vendas fortes, mas custos mais altos.
Os analistas do UBS estabelecem uma classificação neutra e uma meta de R $ 7,00 (US $ 1,23), apontando para melhorar a visibilidade na recuperação da margem, mas alertando que uma reviravolta completa levaria tempo.
Usiminas espera estabilidade operacional no segundo trimestre, mas vê um ambiente desafiador pela frente, com riscos de importações de aço desleais e incerteza comercial global.
A história da empresa no primeiro trimestre de 2025 é de recuperação operacional e melhoria financeira, mas os ventos contrários persistentes do setor e as perspectivas cautelosas dos analistas continuam a pesar em suas ações.