O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Pequim em 11 de maio de 2025, para sua terceira visita estadual à China desde que retornou ao cargo, com o objetivo de finalizar 32 novos acordos bilaterais, juntamente com 16 acordos pré-negociados.
A viagem ressalta o pivô estratégico do Brasil para diversificar parcerias, à medida que as tensões comerciais EUA-China aumentam sob as políticas tarifárias do presidente Donald Trump.
O ponto central da agenda está alinhando a iniciativa de cinturão e estrada da China (BRI) com o programa de infraestrutura PAC Novo PAC de US $ 350 bilhões do Brasil.
Os principais projetos incluem corredores ferroviários e rodoviários bioceanices para reduzir os custos de envio da Ásia-Sul da América em 30%.
As montadoras chinesas BYD e GWM planejam US $ 1,2 bilhão de fábricas de veículos elétricos na Bahia e São Paulo, reforçando os investimentos no setor de energia de US $ 32,5 bilhões da China no Brasil desde 2007.
A Huawei expandirá redes 5G/6G, enquanto os drones DJI têm como alvo parcerias agrícolas de precisão.
O comércio bilateral atingiu US $ 150 bilhões em 2023, com a China absorvendo 60% das exportações de carne bovina brasileira e 27% do total de mercadorias.
Soja, semicondutores e rivalidade de superpotência: US $ 94 bilhões do Brasil, China Trade Gambit
As tarifas de 10% de Trump nas exportações brasileiras empalidecem mais de 100%+ taxas sobre os produtos chineses, criando aberturas para o Brasil preencher lacunas em soja, minerais e carne.
O Brasil exportou US $ 94 bilhões para a China em 2024, dominado por soja (US $ 31,5 bilhões), minério de ferro (US $ 21,3 bilhões) e petróleo bruto (US $ 20,7 bilhões).
As exportações da China para o Brasil subiram 12,2% ano a ano, para US $ 5,48 bilhões até março de 2025, liderados por semicondutores, veículos e máquinas.
O Brasil evita a associação completa do BRI, desconfiada dos riscos da dívida, mas estabeleceu grupos de trabalho conjuntos para acordos específicos do projeto.
A estratégia equilibra os investimentos cumulativos de US $ 66 bilhões da China desde 2007, com o comércio anual de US $ 23 bilhões nos EUA.
Os assentamentos de moeda local apoiados por BRICs visam reduzir a dependência do dólar, enquanto uma estrutura de cessar-fogo da Ucrânia de 30 dias proposta com a China enfrenta a resistência russa.
Os acordos corporativos apresentam Vale, Suzano e Raízen negociando minerais e biocombustíveis, enquanto a Cofco e os comerciantes da China portuam as expansões ferroviárias -alvo.
A recusa do Brasil em endossar explicitamente a reunificação de Taiwan, apesar de apoiar a política de Beijing, atrai críticas de Taipei.
A delegação de Lula inclui governadores e ministros que pressionam as alavancas de infraestrutura, com 14 leilões de rodovias visando US $ 50 bilhões em financiamento privado.
A visita sinaliza o pragmatismo mercantil do Brasil: alavancando rivalidades de superpotência para garantir transferências de tecnologia, mercados de exportação e capital de infraestrutura sem alinhamento ideológico.
À medida que as tarifas de Trump reformulam as cadeias de suprimentos globais, o Brasil emerge como um centro neutro para empresas chinesas que se escondem contra as sanções dos EUA, enquanto preservam os laços com os mercados ocidentais.