De acordo com dados recentes da consultoria imobiliária CBRE, o mercado de escritórios comerciais de São Paulo está passando por uma recuperação significativa. A cidade viu apenas 23.700 metros quadrados de novos escritórios entregues entre janeiro e abril de 2025.
Este número representa menos da metade dos 48.300 metros quadrados entregues durante o mesmo período do ano passado. A nova oferta limitada contribuiu diretamente para a queda das taxas de vacância em todo o mercado.
A vaga geral caiu de 20,3% em abril de 2024 para 18% em abril de 2025. Os escritórios de ponta mostraram melhorias ainda mais dramáticas, com taxas de vacância despencando de 17,3% para apenas 12,6% durante o mesmo período.
Os desenvolvedores parecem estar estrategicamente impedindo o novo inventário. A Eztec exemplifica essa abordagem com seu projeto Esther Towers na zona sul de São Paulo.
O empreendimento apresenta duas torres com 94.000 metros quadrados de área locável – quase quatro vezes o total de novas ações entregues em toda a cidade este ano.
O projeto está com 67% de conclusão, mas a EZTEC diminui deliberadamente a construção enquanto aguarda os principais compromissos de inquilinos. O vice -presidente da empresa, Marcelo Ernesto Zarzur, relata o crescente interesse de possíveis inquilinos, embora as taxas de aluguel oferecidas permaneçam abaixo das projeções iniciais.
Os números de absorção líquida confirmam ainda mais a trajetória positiva do mercado. A cidade absorveu 107.400 metros quadrados entre janeiro e abril de 2025, marcando um aumento de 23% no mesmo período do ano passado.
Os edifícios AAA premium tiveram um desempenho particularmente bom, absorvendo 36.000 metros quadrados – 21% a mais que em 2024. Enquanto isso, o Rio de Janeiro mostra uma melhoria modesta em seu mercado de escritórios.
A taxa de vacância da cidade diminuiu de 29% para 27,3% ano a ano. Ao contrário de São Paulo, os edifícios premium do Rio mantêm taxas de vacância semelhantes ao mercado mais amplo em 26,6%.
A absorção líquida do Rio cresceu dramaticamente de 2.800 metros quadrados no início de 2024 para 20.900 metros quadrados no mesmo período deste ano. Esse aumento de sete vezes indica a crescente demanda, apesar de nenhuma nova entrega de escritórios na cidade.
A mudança de mercado reflete as prioridades corporativas em evolução, pós-pós-pandêmica. As empresas agora veem escritórios como ativos estratégicos que conectam a cultura e a imagem da marca, em vez de simplesmente abrigar funcionários. A concorrência se concentra cada vez mais em qualidade, recursos técnicos e localização, em vez de tamanho sozinho.