O governo peruano provocou um feroz debate após a publicação de regulamentos da Lei 32213 que permitem que as operações de mineração ilegais sejam herdadas.
Esse movimento controverso ocorre quando o Peru luta com o crime generalizado relacionado à mineração e a destruição ambiental. O novo regulamento permite a transferência de registros de reinfo por meio de herança.
Essas licenças temporárias são projetadas para ajudar os mineiros informais a se tornarem legais e agora podem ser transmitidos quando o titular original morrer. Ele também permite que os mineradores realocem suas operações para diferentes concessões do que originalmente declarou, expandindo efetivamente seu alcance.
A oposição política surgiu imediatamente. A congressista Diana González pediu explicações urgentes do ministro de Energia e Minas, Jorge Montero.
Ela alertou que essa disposição de herança cria um caminho para a mineração ilegal continuar sob o disfarce de informalidade. A Assembléia Nacional de Governos Regionais reclamou que nunca foi consultada, apesar de seu papel de supervisão na formalização da mineração.
O congressista Wilson Soto criticou o poder executivo por ultrapassar os limites, “convertendo a informalidade em um direito de família”.
Crise informal de mineração do Peru
Especialistas ambientais argumentam que o regulamento transforma o que deveria ser um processo de formalização temporária em um acordo permanente que poderia abranger gerações.
O Reinfo Registry foi estabelecido em 2016 como um mecanismo temporário para reduzir a informalidade da mineração. Apesar dessa intenção, o Congresso peruano estendeu repetidamente seu prazo.
A última extensão ocorreu no final de 2024, dando aos mineiros informais mais seis meses para regularizar suas operações. Os dados do ministério revelam que apenas 4% dos 85.000 mineiros que buscam formalização são realmente possuem as concessões em que operam.
Esta estatística destaca a enorme escala de mineração informal em todo o Peru. A situação piorou recentemente com o assassinato de 13 trabalhadores de mineração na província de Pataz, levando as autoridades a declarar um estado de emergência.
A mineração ilegal gera aproximadamente US $ 6 bilhões anualmente no Peru, representando uma receita tributária perdida significativa e danos ambientais. As redes criminais por trás dessas operações geralmente se envolvem em lavagem de dinheiro, tráfico de seres humanos e violência para proteger seus interesses.
À medida que a extensão atual da Reinfo se aproxima de sua expiração de junho de 2025, os legisladores propuseram a criação de uma nova lei abrangente para mineração de pequena escala e artesanal. Os críticos temem que essa legislação possa legitimar ainda mais operações ilegais, em vez de regulá -las efetivamente.
A controvérsia ressalta a luta do Peru para equilibrar o desenvolvimento econômico com proteção ambiental e estado de direito. A provisão de herança incomoda particularmente os especialistas que a consideram se render a interesses ilegais de mineração, em vez de aplicar regulamentos projetados para proteger os recursos e comunidades naturais do Peru.