A empresa estatal de petróleo brasileira Petrobras planeja retornar ao setor de petróleo da Nigéria depois de mais de dez anos. O ministro das Relações Exteriores da Nigéria, Yusuf Tuggar, confirmou o desenvolvimento durante as reuniões do governo em maio de 2025.
A empresa quer uma área de fronteira nas águas profundas da Nigéria. A Petrobras operou anteriormente na Nigéria a partir de 1998, mas alienou seus ativos há mais de uma década para financiar projetos domésticos.
A gigante brasileira detinha uma participação de 8% no campo Agbami da Chevron, que produzia 250.000 barris por dia no pico. Também possuía 16% dos campos AKPO e Egina da Totalenergies, produzindo 175.000 e 200.000 barris por dia, respectivamente.
O vice -presidente Kashim Shettima presidiu uma reunião interministerial na vila presidencial em Abuja. Seis ministros e o advogado geral participaram da sessão. A reunião preparou a Nigéria para o mecanismo de diálogo estratégico com o Brasil programado para junho de 2025.
A Petrobras opera dentro de uma estratégia de investimento de US $ 111 bilhões em 2029. A Companhia alocou US $ 77 bilhões especificamente para atividades de exploração e produção. Isso representa um aumento de US $ 10 bilhões em relação às projeções anteriores, com partes designadas para empreendimentos internacionais.
A Nigéria atraiu mais de US $ 8 bilhões em investimentos em águas e gás no ano passado. A Lei da Indústria do Petróleo de 2021 reformou as estruturas legais e fiscais que governam o setor. Essas mudanças criaram condições mais atraentes para investidores estrangeiros.
A Parceria de Energia Brasil-Nigéria se aprofunda antes de 2025 cúpulas
O tempo se alinha ao Brasil que hospeda grandes cúpulas internacionais em 2025. O Brasil sediará a Reunião da Cúpula do BRICS, G20 e Conferência Climática da COP30. A Nigéria planeja alavancar esses eventos para promover o investimento e fortalecer os laços bilaterais.
Além da exploração de petróleo, Petrobras discute as oportunidades de mistura de etanol com a National Petroleum Corporation da Nigéria. Essa colaboração destaca a experiência em biocombustível do Brasil e apoia as metas de transição energética da Nigéria.
A ExxonMobil anunciou um investimento offshore de US $ 1,5 bilhão no início deste ano. A Shell avançou com seu projeto de Bonga North Deepwater, contendo 300 milhões de barris. O projeto tem como alvo o pico de produção de 110.000 barris por dia.
As bacias de águas profundas da Nigéria contêm bilhões de barris em reservas inexploradas. A região do Golfo da Guiné permanece em grande parte subexplorada, apesar da alta prospecção. Os avanços tecnológicos na perfuração de águas ultra-profundas tornam essas reservas mais acessíveis.
A Petrobras traz uma vasta experiência offshore dos campos de pré-sal do Brasil. A experiência em águas profundas da empresa alinha ao foco da Nigéria no desenvolvimento offshore. As descobertas anteriores confirmaram o potencial de hidrocarbonetos da região.
O mecanismo de diálogo estratégico visa estabelecer acordos específicos do setor. Esses memorandos otimizarão os fluxos de capital e incentivarão o investimento estrangeiro direto. Ambos os países buscam maximizar seu relacionamento histórico e avançar interesses econômicos conjuntos.