A liderança da OTAN, liderada pelo secretário -geral Mark Rutte, pediu um aumento de 400% nas capacidades de defesa aérea e de mísseis. Este anúncio, feito em Londres e confirmado por fontes oficiais da OTAN, vem apenas algumas semanas antes de uma grande cúpula em Haia.
A proposta responde diretamente ao uso contínuo da Rússia de drones e mísseis na Ucrânia, com ataques recentes envolvendo quase 500 projéteis em uma única noite. Rutte insiste que essa expansão não é apenas sobre a Ucrânia, mas em garantir a área mais ampla do euro-atlântico contra ameaças de longo prazo.
O plano da OTAN se concentra em uma nova meta de gastos com defesa: 5% do produto interno bruto de cada membro até 2032. A Aliança deseja 3,5% para gastos militares centrais e 1,5% em projetos relacionados à infraestrutura e segurança.
Isso marca um aumento acentuado em relação à média atual de 2,3% e significaria centenas de bilhões de euros em novos investimentos em defesa a cada ano. Rutte espera que os membros da OTAN concordem com esse objetivo na cúpula de 24 a 25 de junho.
Os números por trás do plano são impressionantes. Um aumento de 400% na defesa aérea e de mísseis exigiria mais de 30.000 novos sistemas e mais de 100.000 mísseis interceptores.
A OTAN também quer milhares de veículos blindados, milhões de conchas de artilharia e uma duplicação de capacidades de logística e suporte. Esses números vêm de briefings oficiais da aliança e não são especulativos.
A pressão por gastos mais altos segue anos de pressão dos EUA, especialmente do ex -presidente Donald Trump, que exigiu que os aliados europeus pagassem mais por sua própria defesa.
Os membros da OTAN se moveram gradualmente em direção a essas demandas, mas os novos alvos representam uma escalada sem precedentes. Para o contexto, os gastos de defesa do Canadá foram apenas 1,3% do PIB em 2023, com um aumento projetado para 1,45% em 2024.
A maioria dos países europeus também fica aquém do novo objetivo. As implicações comerciais são claras. Os contratados de defesa devem ganhar com um aumento de vários anos em ordens para sistemas de mísseis, veículos blindados e ferramentas de defesa cibernética.
Os analistas esperam que o segmento de defesa aérea e mísseis seja o principal beneficiário, com mais de € 200 bilhões em investimentos anuais projetados até 2030. No entanto, o plano enfrenta desafios.
Muitos países terão dificuldades para atingir a meta de 5% sem aumentar os impostos ou cortar outros gastos públicos. Algumas autoridades alertam sobre os excedentes do orçamento potencial e a mudança de prioridades políticas.
Os líderes russos criticaram a proposta, alegando que ela aumenta as tensões e sobrecarrega os contribuintes europeus. A liderança da OTAN argumenta que os riscos do subinvestimento são maiores.
Eles apontam para a Ucrânia como prova de que a defesa aérea agora é um requisito essencial para a segurança nacional. Se esse aumento nos gastos oferece segurança real ou simplesmente alimenta uma corrida armamentista ainda está por ser vista, mas as apostas financeiras e estratégicas para a Europa são mais altas do que a qualquer momento desde a Guerra Fria.