O Banco Central Europeu (BCE) confirmou em seu relatório de junho de 2025 que o ouro superou o euro para se tornar o segundo maior ativo de reserva global até o final de 2024. O ouro representou cerca de 20% das reservas oficiais em todo o mundo, ultrapassando os 16% do euro.
O dólar americano permanece o maior, com uma participação de 46%. Essa mudança reflete uma mudança fundamental em como os bancos centrais gerenciam seus ativos em resposta ao aumento dos riscos geopolíticos e econômicos.
Os bancos centrais compraram mais de 1.000 toneladas de ouro por três anos consecutivos, dobrando as compras médias anuais da década anterior. Essa onda de compras elevou o Global Central Bank Gold Holdings para quase 36.000 toneladas, um nível visto pela última vez na década de 1960 durante a era Bretton Woods.
O preço do ouro subiu 30% em 2024 e atingiu uma alta recorde de US $ 3.500 por onça em abril de 2025. O valor das reservas globais de ouro aumentou cerca de 460 bilhões de euros apenas em 2024.
Índia, China, Turquia e Polônia lideraram as compras. Por exemplo, a Polônia acrescentou quase 90 toneladas em 2024, enquanto o banco central da China aumentou suas reservas de ouro durante a maior parte do ano. A Turquia foi o maior comprador na primeira metade de 2024.
Essas ações refletem uma tendência mais ampla entre os países para diversificar longe do dólar e do euro americano, especialmente após o congelamento das reservas russas em 2022 e as tensões comerciais globais em andamento.
Pesquisas de bancos centrais mostram que se preocupa com sanções, mudanças no sistema monetário global e o desejo de independência do dólar impulsionando essa demanda.
Os bancos centrais se voltam para o ouro em meio ao aumento do risco político
O apelo da Gold está em sua capacidade de fornecer segurança sem dependência de um único país ou sistema financeiro. O BCE observou que o relacionamento tradicional entre o rendimento de ouro e títulos quebrou em 2022, pois o risco político substituiu a inflação como a principal razão para manter o ouro.
Essa tendência é importante porque sinaliza uma perda de confiança nas moedas de reserva tradicionais e uma busca por ativos que oferecem estabilidade em tempos incertos. A mudança para o ouro pelos bancos centrais pode remodelar as finanças globais, reduzindo o domínio do dólar e do euro.
Também pode aumentar a importância dos ativos físicos e tornar os mercados financeiros mais sensíveis ao risco político. O BCE e os dados do World Gold Council confirmam que esta é uma mudança estrutural, não uma reação de curto prazo.