O Ministério das Finanças do Brasil elevou sua previsão de déficit primário de 2025 de R $ 72,7 bilhões (US $ 13.099 bilhões) para R $ 74,724 bilhões (US $ 13.464 bilhões) no último Boletim Fiscal do PRISMA, lançado em 13 de junho de 2025.
Essa revisão, com base nos dados da Secretaria da Política Econômica, indica que o caminho do governo para um orçamento equilibrado permanece incerto. O alvo para 2025 é zero déficit primário, mas a nova projeção se afasta mais desse objetivo.
O governo inicialmente apontou para um excedente de 0,5% do PIB em 2025. No entanto, depois de revisar sua estrutura fiscal no ano passado, ele se estabeleceu para uma meta mais modesta: um orçamento equilibrado, com uma faixa de tolerância de 0,25% do PIB de ambos os lados.
O ministro das Finanças, Fernando Haddad, enfatizou que a inflação permanece sob controle, mas os novos números destacam a luta do governo para combinar com os gastos com a receita.
Espera-se que a receita federal cresça para cerca de US $ 2,9 trilhões (US $ 0,523 trilhão) em 2025, um aumento de 3,6%, mas esse crescimento está diminuindo à medida que as medidas anteriores que aumentam a receita perdem vapor. Muitos dos aumentos de receita planejada do governo dependem de novas medidas que ainda precisam de aprovação do Congresso.
O pacote mais recente, anunciado em junho, pretende gerar um R $ 10,5 bilhões adicionais (US $ 1,892 bilhão) este ano e R $ 20,9 bilhões (US $ 3,766 bilhões) no próximo ano, mas os legisladores resistiram a novos impostos sem os cortes de gastos correspondentes.
Despesas obrigatórias, incluindo pensões e salários, continuam a consumir mais de 90% do orçamento. A capacidade do governo de cortar os gastos permanece limitada devido a restrições legais e políticas.
O excedente primário do Brasil mascara os desafios fiscais estruturais
No início de 2025, o governo registrou um forte superávit primário, mas isso ocorreu em grande parte devido ao atraso nos pagamentos ordenados pelo tribunal, não a uma melhoria estrutural nas finanças públicas.
A relação dívida bruta do Brasil foi de 75,9% em março de 2025 e deve aumentar ainda mais. As altas taxas de juros, agora em 14,25%, aumentam os custos de serviço da dívida e limitam a flexibilidade fiscal.
O Real enfraqueceu 5,20 por dólar após a revisão do déficit, refletindo as preocupações do mercado sobre as perspectivas fiscais do Brasil. A nova previsão de déficit expõe os desafios enfrentados pela estrutura fiscal do Brasil.
Com a maioria dos gastos trancados e as novas medidas de receita incertas, o governo enfrenta uma corda bamba entre a responsabilidade fiscal e as realidades políticas.
Investidores e empresas devem observar de perto, pois o teste real chegará quando as obrigações adiadas e o aumento dos custos de juros convergirem.