Uma nova ordenança assinada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, em meados de maio de 2025, proibições de música ao vivo, venda sem licença e comércio não regulamentado ao longo das praias icônicas da cidade, incluindo copacabana e ipanema, a partir de 1º de junho.
As regras visam impor a ordem urbana e a proteção ambiental, mas o risco apagar a vibrante cultura de rua e economia informal que gerou 4 bilhões de reais brasileiros (US $ 710 milhões) anualmente a partir de 2022, de acordo com dados municipais.
Mais de 300 quiosques de praia gerenciados pela concessionária Orla Rio também devem substituir nomes tradicionais como “Onda Azul” por identificadores numéricos, retirando décadas de identidade da marca.
Os vendedores de rua, muitos de favelas próximos, enfrentam ameaças existenciais. Juan Marcos, um vendedor de frutos do mar de 24 anos em Copacabana, diz que as licenças são quase impossíveis de obter, apesar de serem necessárias.
Maria de Lourdes do Carmo, líder do movimento dos fornecedores de Muca, confirma que a cidade não divulgou quantas licenças emitidas em 2024. O Instituto Brasileiro de Cidadania processou para bloquear os regulamentos, citando violações dos direitos trabalhistas, mas um juiz rejeitou o caso por motivos processuais.
Enquanto isso, o Conselho da Cidade do Rio debate uma conta de compromisso, permitindo música ao vivo sem licenças, mas restringindo os alto -falantes. Os moradores permanecem divididos. Maria Lúcia Silva, local de sessenta e cinco anos, suporta a repressão, chamando o caos existente de “insuportável” para os contribuintes.
Turistas como Rebecca Thompson, do País de Gales, preocupam a energia do Rio, chamando suas praias de “um local de comunidade”. O vereador Dani Balbi criticou as regras como hipócritas em meio a concertos internacionais luxuosos, perguntando: “Por que silenciar a cultura local?”
A cidade afirma que as leis existentes justificam as medidas e insiste que está negociando com grupos afetados. Com os dias até o início da aplicação, as praias do Rio – sinônimo de Samba e Bossa Nova – face a uma transformação que poderia redefinir sua identidade.