A Ambev SA anunciou um crescimento modesto no primeiro trimestre em seu último relatório de ganhos, com receita líquida orgânica subindo 6,7%, para R $ 22,5 bilhões (US $ 3,75 bilhões). O EBITDA normalizado subiu 12,7% para R $ 7,4 bilhões (US $ 1,23 bilhão), alimentado por controles de custo e preços estratégicos.
O segmento de cerveja do Brasil alcançou volumes de recorde, aumentando 1,4%, enquanto as bebidas não alcoólicas aumentaram 3,2%, o equilíbrio de declínios na América Central e no Canadá.
A empresa declarou R $ 2 bilhões (US $ 333 milhões) em dividendos, ressaltando otimismo cauteloso em meio a pressões econômicas. O desempenho regional divergiu bruscamente.
O Brasil e a América Latina South dirigiram ganhos, mas os volumes da América Central caíram 4,9%e as vendas canadenses caíram 1,6%, destacando a demanda desigual.
O CEO Carlos Lisboa reconheceu condições mais suaves em mercados mais fracos, destacando melhorias na margem, com lucro bruto em 9,9% e margens de EBITDA, expandindo 180 pontos base para 33,1%.
As ações subiram 35,1% no ano, embora os analistas mantenham uma classificação de “espera” devido a riscos cambiais e inflação de custos de entrada. O gerenciamento de custos se mostrou crítico.
O fluxo de caixa operacional aumentou 67,6%, para R $ 1,2 bilhão (US $ 200 milhões), auxiliado por eficiências tributárias, mas o aumento das despesas financeiras limitou o crescimento do lucro líquido para 0,4%. A depreciação do Real Brasileiro, com média de R $ 5,96 para o dólar, aumentou os custos de importação, complicando estratégias de preços.
Ambev Outlook
Os esforços de expansão global encontraram obstáculos. Os analistas elevaram a meta de preço da AMBEV para R $ 14,50 (US $ 2,42), citando oportunidades internacionais, mas a desaceleração econômica do Brasil e a competição de cerveja artesanal exigem respostas ágeis.
Uma margem antes dos impostos de 17,9% e R $ 162,5 bilhões (US $ 27,08 bilhões) em ativos refletem a força financeira, mas R $ 62 bilhões (US $ 10,33 bilhões) em dívida exigem um gerenciamento de liquidez cuidadoso.
A receita do ano inteiro é projetada em R $ 95,25 bilhões (US $ 15,88 bilhões), com ganhos por ação estimados em R $ 1,01 (US $ 0,17). No entanto, a inflação e a incerteza eleitoral continuam a obscurecer as previsões.
Lisboa enfatizou que a premiumização e a distribuição digital poderiam compensar os riscos, mas alertou: “a volatilidade permanecerá realidade” em 2025. Os investidores pesam a confiabilidade de dividendos da AMBEV contra a exposição ao mercado emergente.
A sustentabilidade da margem agora depende de navegar nas políticas de aperto do Brasil e mudanças comerciais globais. A capacidade da empresa de alavancar marcas premium e controles de custos contra despesas crescentes definirá sua trajetória. Observadores do mercado aguardam sinais mais claros da adaptabilidade estrutural à medida que os desequilíbrios regionais persistem.