A produção industrial do Brasil aumentou 1,2% em março de 2025 em comparação a fevereiro, marcando o crescimento mensal mais nítido desde junho de 2024 e excedendo as previsões de mercado de 0,3%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou uma expansão ano a ano de 3,1%, quase dupla projeção de 1,4% dos analistas.
Essa recuperação seguiu cinco meses de estagnação e declínios menores, incluindo uma queda de 0,1% em fevereiro e um crescimento zero em janeiro.
Dezesseis dos 25 setores industriais expandidos, liderados por produtos farmacêuticos e produtos químicos (+13,7%), produtos de petróleo e biocombustíveis (+3,4%) e fabricação automotiva (+4,0%).
Os setores de roupas, móveis e máquinas também contribuíram. Nove setores contratados, com produtos químicos (-2,1%) e produtos alimentícios (-0,7%), arrastando mais pesadamente.
A produção agora fica 2,8% acima dos níveis pré-pandêmicos, mas permanece 14,4% abaixo do pico de maio de 2011.
A recuperação parece frágil. O declínio de 0,1% de fevereiro é responsável pela volatilidade do setor farmacêutico (-12,3%) e nas pressões persistentes de saída de máquinas mais fracas.
Altas taxas de juros (14,25%), suavização da demanda global e ineficiências estruturais domésticas continuam a limitar o crescimento.
Os analistas observam que a produção industrial caiu 1,3% nos últimos cinco meses, com 2025 previsões reduzidas para 1,6% em relação a 3,1% da 2024.
A indústria brasileira publica fortes rebotes de marcha em meio a desafios estruturais persistentes
A produção de bens de capital caiu 0,7% em março, a sinalização reduziu o investimento comercial. Por outro lado, os bens de consumo duráveis saltaram 3,8%, sugerindo demanda desigual.
Os setores dependentes de exportação enfrentam ventos de cabeça das mudanças de política comercial dos EUA, enquanto os produtores domésticos lidam com custos de energia e gargalos logísticos.
O IBGE revisou os métodos de ajuste sazonal em fevereiro para capturar melhor as tendências pós-pandêmicas, revelando fraquezas subjacentes mais profundas.
A participação da indústria na economia do Brasil encolheu constantemente desde 2011, com lacunas de produtividade e déficits de infraestrutura, dificultando a competitividade.
Os formuladores de políticas agora equilibram a contenção da inflação em relação aos pedidos de estímulo setorial, pois o banco central pesa mais aumentos de taxas.
Esse desempenho misto reflete a dupla realidade industrial do Brasil: os bolsos da modernização coexistem com ineficiências entrincheiradas.
Embora a recuperação de março ofereça alívio a curto prazo, o crescimento sustentado exige abordar as barreiras estruturais-um desafio não atendido por mais de uma década.