A produção de veículos do Brasil saltou 20,1% em abril de 2025 para 228.240 unidades, recuperando bruscamente a contração de 12,6% de março, de acordo com o grupo da indústria Anfavea.
A produção acumulada no ano subiu 6,7%, para 811.200 unidades, sinalizando a resiliência, apesar de um aumento da taxa do banco central para 14,75% em maio. As vendas domésticas cresceram 6,7% mensalmente para 208.700 veículos, mas caíram 5,5% ano a ano, refletindo condições de crédito mais apertadas.
As exportações aumentaram 18,9% de março para 46.300 unidades, impulsionadas pelo mercado em recuperação da Argentina. Mais de 67.630 veículos enviados para a Argentina em um aumento anual de 120%, com 120%, para 58% das vendas externas do Brasil. Apesar disso, a dependência da Argentina corre o risco de exposição à volatilidade regional.
As importações caíram para 17,9% das vendas em abril, abaixo dos 19,2% em março, à medida que os entradas de veículos elétricos diminuíram para 37.313 unidades. Os níveis de estoque subiram para 254.800 veículos (36 dias de oferta), um aumento de 4,3% a partir de março.
O presidente da Anfavea, Igor Calvet, alertou que os custos de empréstimos crescentes ameaçam as vendas de caminhões e em breve poderão pressionar os veículos leves. “As taxas de juros nos preocupam profundamente”, afirmou ele, destacando os desafios de financiamento à medida que o banco central luta contra a inflação em 5,5%-além de sua meta de 3%.
O setor enfrenta dupla pressões: otimismo de exportação da previsão revisada de demanda de automóveis de 2025 da Argentina (600.000 a 650.000 unidades, contra 500.000) confrontos com ventos domésticos.
As metas de produção permanecem ambiciosas, com veículos leves visando um crescimento anual de 8,4% para 2,58 milhões de unidades. No entanto, as disputas tarifárias e as possíveis mudanças de exportação do México sob as políticas comerciais dos EUA aparecem como curingas.
A indústria automobilística do Brasil navega em um equilíbrio frágil, equilibrando os ganhos de exportação contra o aperto monetário e as incertezas com o comércio global. Com as expectativas da inflação teimosamente altas, o caminho para o crescimento sustentado depende de taxas estabilizadoras e diversificando parcerias comerciais além do mercado volátil da Argentina.