O Brasil, o principal produtor e exportador de soja do mundo, reduziu sua previsão de produção para a temporada de 2024/25 devido à seca nas principais regiões agrícolas.
A Agrural, uma consultoria líder em agronegócio, anunciou em 24 de fevereiro que agora espera que a produção atinja 168,2 milhões de toneladas, abaixo dos 171 milhões estimados em janeiro.
Esse ajuste reflete rendimentos ruins nos estados do sul como Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. As chuvas insuficientes atingiram as culturas durante os estágios críticos de crescimento nessas regiões.
Enquanto as regiões do sul lutam, áreas centrais e norte, como Mato Grosso, estão prosperando. O clima favorável aumentou os rendimentos lá, com o Mato Grosso que deve produzir mais de 50 milhões de toneladas pela primeira vez.
Essas disparidades regionais destacam a dependência do Brasil das condições climáticas e sua vulnerabilidade à variabilidade climática. Os agricultores colheram 39% da área de soja plantada até agora – no ritmo dos 40% do ano passado – mas o progresso desigual continua sendo uma preocupação.
A colheita atrasada em algumas áreas pode atrapalhar o plantio da segunda colheita de milho (safrinha), que é responsável por três quartos da produção total de milho do Brasil e depende de colheitas oportunas de soja.
Colheita de soja do Brasil
Apesar dos desafios, o Brasil permanece preparado para uma de suas maiores colheitas de soja de todos os tempos. As estimativas anteriores do Rabobank sugeriram um recorde de 170 milhões de toneladas métricas nesta temporada devido a áreas de plantio expandidas e condições favoráveis nas regiões centrais.
No entanto, a previsão revisada da Agrural ressalta o impacto de secas recorrentes nos estados do sul. Esse desenvolvimento carrega implicações globais. O Brasil fornece quase 60% das exportações globais de soja, tornando seus níveis de produção críticos para os mercados internacionais.
Uma colheita reduzida pode apertar as cadeias de suprimentos e aumentar os preços. Isso afetaria as indústrias dependentes da soja para alimentos para animais e biocombustíveis.
A situação enfatiza a necessidade de investimentos em práticas agrícolas de irrigação e resfilitação climática. Esses investimentos são essenciais para estabilizar a produção e proteger o papel do Brasil como uma potência agrícola global.