Ainda uma potência cristã em meio a subir

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O cenário religioso do Brasil está mudando, mas o país continua sendo uma das nações mais cristãs do mundo. Os dados do Censo mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a população católica caiu de 65,1% em 2010 para 56,7% em 2022.

Os evangélicos aumentaram de 21,6% para 26,9% no mesmo período. O número de brasileiros sem afiliação religiosa aumentou de 7,9% para 9,3%. Esses números confirmam uma tendência clara: menos pessoas se identificam com a religião tradicional e mais buscam alternativas ou nenhuma.

No entanto, a maioria cristã do Brasil permanece forte em comparação com outros países. Os dados da imagem da Pew Research oferecem uma perspectiva global e regional.

Na América Latina, a população cristã de 83,8%do Brasil está apenas um pouco abaixo dos vizinhos como o México (89,2%), Argentina (88,5%) e Venezuela (88,1%). Somente o Uruguai e o Chile mostram taxas notavelmente mais altas de não afiliação, a 52,4% e 30,3%, respectivamente.

A maioria dos outros países da América Latina, incluindo o Brasil, tem menos de 11% de sua população não afiliada a qualquer religião. Comparando o Brasil com as nações fora da América Latina, a diferença se torna ainda mais clara.

Mudança religiosa do Brasil: ainda uma potência cristã em meio a crescentes tendências seculares. (Reprodução da Internet fotográfica)

Países como a França (46,5% cristãos, 42,6% não afiliados), o Reino Unido (49,4% cristãos, 40,2% não afiliados) e o Japão (2,2% cristãos, 57,5% não afiliados) mostram secularização muito maior.

Até os Estados Unidos, com 64% de cristãos e 29,7% não afiliados, são menos religiosamente homogêneos que o Brasil. Este contexto destaca a posição do Brasil como fortaleza cristã em um mundo onde o secularismo está aumentando.

Vários fatores impulsionam essas mudanças. A urbanização, o aumento da educação e o acesso a informações globais tornaram mais fácil para os brasileiros questionar os laços religiosos tradicionais.

As igrejas evangélicas cresceram adaptando -se às culturas locais e oferecendo apoio social, enquanto o catolicismo declinou enquanto luta para reter jovens. O aumento da não afiliação reflete uma tendência global mais ampla, mas no Brasil, esse grupo continua sendo uma minoria.

A mudança religiosa tem consequências políticas e econômicas. Os evangélicos se tornaram uma força política essencial, geralmente apoiando candidatos e políticas conservadores.

O governo de esquerda enfrenta desafios ao obter apoio desse grupo, pois pesquisas recentes mostram maiores índices de aprovação entre os evangélicos em comparação com os católicos.

Empresas e formuladores de políticas devem reconhecer a influência das comunidades religiosas, especialmente porque moldam o comportamento do consumidor e os padrões de votação.

Apesar do declínio do catolicismo e da ascensão do secularismo, a identidade cristã do Brasil permanece robusta. A composição religiosa do país ainda é muito mais cristã do que a maioria das nações desenvolvidas.

Para investidores, formuladores de políticas e analistas sociais, a compreensão dessas dinâmicas é vital. A mudança do mapa religiosa do Brasil continuará influenciando sua sociedade, política e economia nos próximos anos.

País Região Cristãos (%) Não afiliado (%)
Uruguai América latina 44.5 52.4
Chile América latina 68.3 30.3
México América latina 89.2 10.6
Venezuela América latina 88.1 9.7
Brasil América latina 83.8 9.3
Argentina América latina 88.5 9.2
Equador América latina 88.5 8.4
Peru América latina 94.5 5.1
Japão Mundo 2.2 57.5
França Mundo 46.5 42.6
Reino Unido Mundo 49.4 40.2
Alemanha Mundo 56.2 36.1
Canadá Mundo 53.3 34.6
EUA Mundo 64.0 29.7
Espanha Mundo 69.5 26.4
Portugal Mundo 85.1 13.8
Itália Mundo 80.5 13.3