As empresas brasileiras enfrentam crise de dívida em meio a crescentes taxas de juros

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As empresas brasileiras estão lutando com a crescente pressão financeira à medida que as taxas de juros aumentam, ameaçando sua capacidade de gerenciar dívidas e manter operações.

Um estudo realizado por Integra analisou 153 empresas operacionais e não financeiras em dez setores e revelou que sua alavancagem financeira aumentou para 2,4 vezes a dívida líquida para o ebitda até o final de 2024.

Isso marca o primeiro aumento desde 2021, quando a proporção atingiu o pico de 3,3 vezes, revertendo uma tendência de três anos de desalavancagem. A taxa selera do Brasil Banco Central, projetada para atingir 15% em 2025, impulsionou os custos de empréstimos a níveis insustentáveis ​​para muitas empresas.

A taxa média de empréstimos para empresas agora é de aproximadamente 22% ao ano, forçando significativamente os fluxos de caixa. Setores como transporte, imóveis comerciais, agronegócio, saúde, aviação, varejo e construção são particularmente vulneráveis ​​devido à sua dependência de crédito ou sensibilidade às desacelerações econômicas.

Aproximadamente 21% das empresas estudadas tinham índices de alavancagem superiores a 3,5 vezes o EBITDA até o final de 2024, superando o limiar saudável de três vezes. Esse ônus da dívida aumentou levou a um aumento nos registros de recuperação judicial.

As empresas brasileiras enfrentam crise de dívida em meio a crescentes taxas de juros. (Reprodução da Internet fotográfica)

Tensão corporativa do Brasil

O Brasil registrou 2.273 solicitações de proteção de falências em 2024, o número mais alto desde que os registros começaram em 2005 e um aumento de 62% em comparação com 2023. Os especialistas prevêem que esse número possa aumentar ainda mais em 2025, à medida que mais empresas lutam com o pagamento da dívida.

Casos de alto perfil como o FMU Group e Cervejaria petrópolis ilustram que mesmo grandes corporações não são imunes a essas pressões. As empresas menores enfrentam maiores desafios devido ao acesso limitado ao mercado de capitais e à dependência de empréstimos bancários.

As empresas estão cada vez mais explorando opções de reestruturação, como renegociação da dívida e vendas de ativos para aliviar a tensão financeira. A GOL Airlines implementou um plano no início de 2024 que reduziu US $ 1,7 bilhão em dívida por meio da conversão de ações.

A lei de falência brasileira atualizada (2020) facilitou os processos de recuperação mais suaves, estendendo os cronogramas de pagamento e permitindo swaps de dívida a patrimônio.

Os bancos também melhoraram suas capacidades de reestruturação, fornecendo mais apoio a empresas em dificuldades. Apesar dessas medidas, as taxas de juros persistentemente altas continuam a apertar as condições de crédito e restringir as iniciativas de crescimento entre os setores.

O setor corporativo do Brasil enfrenta uma batalha difícil à medida que os desafios econômicos aumentam. Embora a reestruturação proativa ofereça algum alívio, muitas empresas permanecem em risco de insolvência nesse cenário financeiro volátil.