O Brasil e o Paraguai finalizaram um acordo histórico para revisar os termos financeiros da barragem hidrelétrica binacional de Itaipú, uma das maiores plantas hidrelétricas do mundo.
O acordo, programado para ser assinado até 30 de maio de 2025, resolve tensões de longa data sobre tarifas de energia e compartilhamento de receita. Este acordo marca um ponto de virada no relacionamento econômico entre os dois países.
A barragem de Itaipú, operacional desde 1984, é uma pedra angular do suprimento de energia para ambas as nações. Ele atende a 86,4% das necessidades de eletricidade do Paraguai e fornece 8,7% da demanda de energia do Brasil.
Sob o tratado original de 1973, o Paraguai teve que vender sua energia excedente exclusivamente ao Brasil a taxas fixas. Esse arranjo tem sido uma fonte de discórdia, com o Paraguai buscando maior controle sobre sua participação nas receitas energéticas.
O novo acordo introduz mudanças significativas. A partir de 2026, o Brasil não pagará mais custos adicionais vinculados à dívida de construção de Itaipú, que foi totalmente paga em 2023.
As tarifas energéticas cairão entre US $ 10 e US $ 12 por quilowatt-mês, refletindo apenas os custos operacionais. Até então, a tarifa permanecerá em US $ 19,28 por quilowatt-mês-um aumento de 15,4% em relação à taxa anterior, mas menor que a demanda inicial do Paraguai por US $ 22,60.
Paraguai e Acordo de Energia do Brasil
Para o Paraguai, o aspecto mais transformador é a capacidade de vender sua eletricidade excedente diretamente no mercado de energia competitiva do Brasil. Este movimento termina décadas de restrições. Ele permite que o Paraguai negocie os preços baseados no mercado, potencialmente aumentando suas receitas anuais em US $ 600 milhões até 2026.
Esses fundos são críticos para o desenvolvimento econômico do Paraguai, apoiando projetos de infraestrutura e esforços de industrialização. Os consumidores brasileiros também devem se beneficiar.
A eliminação de custos extras pode reduzir os preços da eletricidade no Brasil, com estimativas sugerindo economias de até R $ 16,66 por família por mês. Enquanto o acordo é aclamado como uma vitória para os dois lados, os desafios permanecem.
O Paraguai deve investir em infraestrutura para maximizar seus novos direitos energéticos, enquanto o Brasil enfrenta um aumento da concorrência em seu mercado de energia doméstica. No entanto, este acordo simboliza um novo capítulo em cooperação bilateral, abordando queixas históricas e promovendo o crescimento econômico mútuo.