O Ministério das Relações Exteriores do Chile agora monitora ativamente os desenvolvimentos depois que o presidente Donald Trump ordenou uma investigação de segurança nacional sobre as importações de cobre no mês passado.
Trump assinou a ordem executiva sob a seção 232 da Lei de Expansão Comercial, o mesmo mecanismo usado anteriormente para impor tarifas de aço e alumínio.
A medida cria incerteza significativa para o Chile, onde o cobre representa 50,8% do total de exportações, de acordo com o subsecretar das relações econômicas internacionais.
As autoridades chilenas formaram rapidamente uma equipe de resposta liderada pelo ministro das Relações Exteriores Alberto Van Klaveren, ao lado da ministra da mineração Aurora Williams e pelo presidente do conselho da Codelco, Máximo Pacheco.
Os principais comerciantes de commodities já começaram a responder à ameaça tarifária. Empresas como o Trafigura Group, a Glencore Plc e o Gunvor Group agora redirecionam volumes substanciais de cobre para os portos americanos.
Esses comerciantes garantem espaço de armazenamento adicional em cidades como Nova Orleans e Baltimore para acomodar o influxo repentino. Os diferenciais de preços entre o Comex de Nova York e a London Metal Exchange atingiram o máximo histórico.
Impacto potencial no comércio e preços
Isso cria incentivos poderosos para os comerciantes acelerarem as remessas antes de qualquer implementação tarifária em potencial. Analistas da Goldman Sachs e do Citigroup preveem 25% de tarifas sobre importações de cobre até o final do ano.
Os Estados Unidos consomem o dobro de cobre que produz no mercado interno. O ex -CEO da Codelco, Marcos Lima, alerta que as tarifas prejudicariam principalmente os consumidores americanos, aumentando os preços. “A única coisa que acontecerá é que o preço do cobre nos Estados Unidos aumentará”, afirmou Lima.
O Chile produziu 5,5 milhões de toneladas de cobre no ano passado, marcando um aumento de 4,9% em relação à produção anterior. Atualmente, os EUA representam 11,3% das exportações chilenas de cobre, enquanto a China compra 52%. Essa distribuição pode mudar drasticamente se as tarifas se materializarem.
Trump deu seu governo nove meses para concluir a investigação. O Chile se destaca como o maior produtor de cobre do mundo e serve como o principal fornecedor dos Estados Unidos. Os principais mineiros internacionais que operam no Chile incluem BHP, Glencore e Anglo American, ao lado do produtor estadual Codelco.