O Tribunal Internacional de Justiça ordenou a Venezuela em 1º de maio de 2025, para interromper todos os preparativos eleitorais no território de Essequibo disputado.
Doze juízes apoiaram a diretiva que proíbe as eleições venezuelanas na região rica em recursos atualmente administrada pela Guiana. O presidente Nicolás Maduro não mostra sinais de conformidade.
Este impasse destaca uma crescente crise para a justiça internacional. As nações tratam cada vez mais as decisões judiciais como sugestões opcionais, em vez de vincular as obrigações legais.
Os Estados Unidos foram pioneiros nessa abordagem em 1985, retirando -se da jurisdição obrigatória do ICJ depois de perder o caso da Nicarágua. A Rússia seguiu o exemplo em 2016, abandonando a cooperação com o Tribunal Penal Internacional sobre as alegações da Ucrânia.
O desafio da Venezuela segue esse padrão estabelecido. Apesar das ordens anteriores da ICJ em dezembro de 2023 para manter o status quo territorial, Maduro realizou um referendo reivindicando apoio esmagador à anexação.
Seu governo criou o estado de “Guayana Esequiba”, nomeou funcionários e agendou as eleições de 25 de maio para um governador e um conselho legislativo. As apostas permanecem excepcionalmente altas. Essequibo abrange 160.000 quilômetros quadrados e constitui quase dois terços do território da Guiana.
A disputa da Venezuela-guyana
A região contém reservas valiosas de ouro, diamante e madeira. Mais criticamente, as áreas offshore produzem aproximadamente 650.000 barris de petróleo diariamente através de operações da ExxonMobil.
Os países abandonam cada vez mais os tribunais internacionais, em vez de aceitar decisões desfavoráveis. A Hungria anunciou recentemente planos para sair do TPI, em vez de aplicar mandados de prisão contra autoridades israelenses.
O Burundi deixou o TPI em 2017, seguido pelas Filipinas em 2019. Várias nações africanas ameaçaram partidas semelhantes, citando o viés anti-africano. O ICJ não possui mecanismos de aplicação, criando uma fraqueza fundamental que mina sua autoridade.
A conformidade depende inteiramente da cooperação voluntária do estado ou das ações do Conselho de Segurança da ONU que os membros permanentes podem vetar. Essa impotência institucional permite que a Venezuela descarte as decisões enquanto promove as ambições territoriais.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, continua adotando o processo do ICJ como sua principal estratégia de defesa. Seu governo fortaleceu a cooperação militar com os Estados Unidos em meio a tensões crescentes.
As nações Brasil e do Caribe tentaram mediar através do Acordo de Argyle, que os planos eleitorais da Venezuela violam diretamente. As evidências sugerem que os juízes do ICJ geralmente favorecem as nações que as nomearam ou estados com sistemas políticos semelhantes.
Essa percepção corroe ainda mais a credibilidade judicial e incentiva a não conformidade. O ICJ espera entregar um julgamento final sobre o limite de Essequibo em 2026, mas as questões de aplicação são grandes.
Além disso, a disputa da Venezuela-Guyana revela uma mudança perigosa para longe da resolução de conflitos baseados em regras para a política de poder bruto.
À medida que os tribunais internacionais perdem a influência, a dissuasão militar e a alavancagem econômica se tornam as ferramentas restantes para disputas territoriais. Regiões ricas em recursos, como o Essequibo, enfrentam futuros incertos nesse emergente distúrbio internacional.