O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva deu um passo decisivo para reviver a indústria de construção naval do país, assinando um contrato de US $ 278 milhões para a construção de quatro navios -tanque.
O acordo, anunciado no estaleiro do Rio Grande, no sul do Brasil, pretende reconstruir um setor que já foi líder global, mas enfrentou décadas de declínio. Cada tanque de classe prático, encomendado pela Transpetro, uma subsidiária da Petrobras estatal, custará US $ 69,6 milhões.
Espera -se que o projeto crie 1.000 empregos diretos em três anos, expandindo a força de trabalho do estaleiro de 200 para 1.400 funcionários. Lula enfatizou a importância estratégica de reduzir a dependência de navios construídos estrangeiros, apontando que 95% das exportações globais dependem do transporte marítimo.
Além disso, ele questionou por que um país com o tamanho e os recursos do Brasil carece de uma forte indústria naval e chamou essa iniciativa de um passo para recuperar a soberania econômica.
O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou a vasta jurisdição marítima do Brasil de 5,3 milhões de quilômetros quadrados e sua costa de 7.300 quilômetros, lar de 58 milhões de pessoas. Ele descreveu a indústria naval como crítica para a soberania nacional e o progresso tecnológico.
Ambiciosa transição energética do Brasil e renascimento de construção naval
Lula também vinculou o projeto às metas de transição energética do Brasil, afirmando que as receitas de atividades petrolíferas financiariam investimentos em biocombustíveis, hidrogênio verde e outras tecnologias renováveis.
Essa abordagem busca equilibrar a estabilidade econômica com a sustentabilidade a longo prazo durante a transição para fontes de energia mais limpas. A indústria de construção naval do Brasil prosperou na década de 1970, mas entrou em colapso devido a subsídios reduzidos e concorrência global.
Em 1999, o emprego havia caído de 40.000 trabalhadores para apenas 1.000. Esforços do governo recentes visam reverter esse declínio por meio de investimentos direcionados e incentivos de financiamento como o Merchant Marine Fund.
Essa iniciativa sinaliza a ambição do Brasil de fortalecer sua base industrial enquanto se posicionava como líder regional em logística marítima e tecnologias de energia renovável.