Em 1º de março de 2025, Yamandú Orsi, professor de história de 57 anos e ex-prefeito, assumiu a presidência do Uruguai como o 43º líder constitucional do país.
Sua inauguração em Montevidideo marcou o retorno da coalizão da Frente Ampla (Frente Amplio) de esquerda após cinco anos de governança conservadora sob Luis Lacalle Pou.
A liderança de Orsi começa tanto do mundo, incluindo vizinhos-chave como Argentina e El Salvador, gira em direção a administrações de direita. A vitória de Orsi nas eleições de segundo turno de novembro de 2024, onde ele garantiu 52% dos votos contra Álvaro Delgado do Partido Nacional, reflete a cultura política do Uruguai.
Conhecida por sua estabilidade e moderação, o Uruguai escolheu um caminho central à esquerda em meio a uma crescente polarização global. A campanha de Orsi enfatizou a continuidade com o legado da ampla frente de 2005 a 2020, que viu um crescimento econômico significativo e reformas sociais progressivas.
Em seu discurso inaugural, Orsi rejeitou uma “lógica de imposição” e pediu diálogo entre as divisões políticas. Ele destacou prioridades como mitigação das mudanças climáticas, desenvolvimento de infraestrutura e redução da pobreza.
Atualmente, a taxa de pobreza do Uruguai é de 9,1%, com extrema pobreza em apenas 0,4%, mas a pobreza infantil continua sendo uma questão premente. Orsi prometeu reconstruir o sistema de proteção social do país, promovendo o crescimento econômico por meio de inovação e investimento.
Desafios econômicos e de segurança do Uruguai
Os desafios econômicos aparecem em grande parte para a administração de Orsi. A economia do Uruguai depende fortemente de exportações agrícolas, responsáveis por 19,8% do PIB em 2024. Uma recuperação recente na produção de soja e exportações de celulose aumentou o crescimento no ano passado, mas as secas e as flutuações do mercado global permanecem riscos.
A ampla frente planeja estabelecer um secretariado de ciência, tecnologia e inovação para diversificar a economia e melhorar a qualidade do trabalho. Orsi também herda as crescentes preocupações do público sobre o crime.
Enquanto a taxa de homicídios do Uruguai diminuiu de seu pico em 2018, o crime organizado continua sendo uma ameaça crescente na cidade portuária de Montevidéu. Orsi prometeu lidar com a violência de maneira abrangente enquanto defendia os direitos humanos.
No cenário internacional, Orsi pretende fortalecer os laços com líderes de esquerda, como Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, enquanto navegava nas tensões com o presidente libertário da Argentina, Javier Milei.
Como a China continua sendo o maior parceiro comercial do Uruguai, equilibrar as relações com Pequim e Washington será crucial. A presidência de Orsi representa um movimento calculado pelo Uruguai para priorizar a coesão social e a inovação econômica.
Essa abordagem contrasta com as mudanças ideológicas vistas em outros lugares da América Latina. Se essa estratégia é bem -sucedida dependerá de sua capacidade de unir diversas facções políticas e abordar desafios domésticos urgentes.