O Brasil está avançando com a construção de seu primeiro submarino de alimentação nuclear por meio de uma parceria com a França.
O comandante da Marinha Almirante Marcos Sampaio Olsen recentemente ingressou na delegação presidencial que visita a sede do grupo naval em Toulon para avançar neste grande projeto de defesa.
O Brasil começou a construir o submarino de Álvaro Alberto após formalizar acordos para transferência de tecnologia e materiais com a França, após uma parceria estratégica criada em 2008.
O Programa de Desenvolvimento Submarino (PROSUB) visa fortalecer a soberania marítima do Brasil e proteger seus vastos recursos offshore, geralmente chamados de “Amazon Azul”.
O programa inclui quatro submarinos convencionais, três dos quais já foram lançados ou entregues, e o Álvaro Alberto, alimentado por nucleares.
O Grupo Naval da Companhia Francesa fornece suporte técnico ao projeto e construção do submarino, enquanto o Brasil desenvolve independentemente o sistema de propulsão nuclear.
A ambição atende à realidade estratégica
O governo e a marinha do Brasil veem esse projeto como uma maneira de impulsionar o setor industrial nacional, criar milhares de empregos e garantir a independência estratégica.
Os números oficiais mostram que a Prosub gerou cerca de 4.000 empregos e levou à criação de um estaleiro moderno e base naval em Itaguaí. O investimento total é estimado em mais de 23 bilhões de reais, tornando -o um dos maiores projetos de defesa do país.
No entanto, o projeto enfrenta desafios. A França tem sido cautelosa ao transferir a tecnologia nuclear sensível, e as restrições orçamentárias causaram atrasos. A Marinha Brasileira agora espera que o submarino nuclear seja lançado entre 2036 e 2037, mais tarde do que o planejado inicialmente.
Apesar desses contratempos, os dois países continuam comprometidos com a parceria, com o presidente francês Emmanuel Macron, apoiando publicamente as ambições nucleares do Brasil, desde que os compromissos de não proliferação sejam respeitados.
Este projeto é importante porque posiciona o Brasil como o primeiro país fora dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU a operar um submarino de alimentação nuclear.
O submarino permitirá que o Brasil patrulhe e defenda seus recursos offshore de maneira mais eficaz, apoiando interesses econômicos e influência regional. A história reflete o desejo do Brasil pela autonomia tecnológica e um papel mais forte no Atlântico Sul.