O Secretariado Nacional de Justiça do Brasil suspendeu a cooperação legal com o Peru em relação a casos envolvendo a gigante da construção Odebrecht, agora conhecida como Novonor.
A decisão ocorreu em 7 de maio de 2025, depois que as autoridades peruanas supostamente usaram evidências anteriormente invalidadas pelo juiz da Suprema Corte do Brasil Dias Toffoli.
O secretário da Justiça Nacional, Jean Uema, assinou o documento oficial que implementava a suspensão preventiva.
A ação segue a queixa de Novonor de que o Peru ignorou as limitações ao uso de evidências estabelecidas nos acordos de cooperação.
A UEMA afirmou que as autoridades brasileiras esperavam quase um ano por esclarecimentos do Peru antes de dar esse passo.
A suspensão destaca o forte contraste em como o Brasil e o Peru lidam com o escândalo de corrupção de Odebrecht.
Enquanto o Peru busca uma acusação agressiva, a Suprema Corte do Brasil desmontou sistematicamente casos de lavagem de carros de Operação (Lava JATO).
O juiz Toffoli caracterizou a operação como “uma configuração resultante de um projeto de energia por certos agentes públicos”.
O Brasil interrompe a cooperação legal com o Peru como escândalo de Odebrecht revela a divisão judicial
A abordagem do Peru é exemplificada pelo caso de Keiko Fujimori, líder do Partido Popular Fuerza do Peru, que enfrenta uma potencial sentença de prisão de 30 anos.
Os promotores a acusam de disfarçar os fundos ilegais de campanha de Odebrecht como doações legítimas durante as eleições de 2011 e 2016.
Eles também solicitaram uma desqualificação de 15 anos de cargo público que a impediria de concorrer nas eleições presidenciais de 2026.
O judiciário do Brasil adotou a abordagem oposta. A Suprema Corte anulou evidências cruciais em casos de Odebrecht, citando erros processuais e pressão psicológica indevida sobre executivos durante pechinchas.
Essa decisão corroeu a confiança do público no sistema judicial do Brasil ao levantar questões sobre o compromisso do país em combater a corrupção.
Os brasileiros duvidam da decisão de lavagem de carros da Suprema Corte
Uma pesquisa genial/quaest de 3 de março de 2024 mostra que 74% dos brasileiros acreditam que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as penalidades de lavagem de carros pode aumentar a corrupção.
A suspensão traz implicações diplomáticas significativas. Nadine Heredia, esposa do ex -presidente Humala, recebeu recentemente asilo político do Brasil depois que os tribunais peruanos a condenaram a 15 anos de prisão.
O Comitê Nacional do Brasil para os refugiados agora considera se conceder seu status formal de refugiado.
As estacas financeiras permanecem altas, pois Novonor busca arbitragem contra o Peru em Londres. A empresa busca aproximadamente US $ 1 bilhão em compensação por um projeto de gasoduto parcialmente concluído.
A Suprema Corte limpa Odebrecht, reformula o cenário legal do Brasil
As autoridades peruanas expropriaram os ativos em 2017, após a conclusão de cerca de 30% da construção.
Os críticos argumentam que o Brasil está efetivamente exportando impunidade, invalidando evidências nas quais outros países dependem de seus próprios processos de corrupção.
A reversão judicial provocou preocupações sobre a justiça seletiva e a interferência política em processos legais na América Latina.
As abordagens contrastantes do escândalo de Odebrecht servem como um teste crítico para a eficácia judicial na região.
À medida que esses casos continuam a se desenrolar, eles têm o potencial de remodelar as percepções de justiça e governança em toda a América Latina, com implicações que se estendem muito além dos procedimentos legais imediatos.