A crise econômica da Bolívia se intensificou, causando dificuldades generalizadas e implicações regionais. Uma grave escassez de dólares prejudicou as importações, desvalorizou o boliviano e impulsionou a inflação.
A taxa de câmbio oficial de 6,96 bolivianos por dólar não é mais mantida, com a taxa de mercado paralela subindo para 13 bolivianos por dólar. As reservas estrangeiras despencaram de US $ 15 bilhões em 2014 para menos de US $ 2 bilhões em 2024, deixando o governo incapaz de financiar importações críticas como o combustível.
O país depende de importações para 56% de sua gasolina e 86% de seu diesel. No entanto, as reservas em declínio criaram escassez de combustível, forçando os cidadãos a esperar até 30 horas nos postos de gasolina.
Essa interrupção paralisou os setores de transporte, agricultura e mineração, enfraquecendo ainda mais a economia. Anos de subsídios e dependência das exportações de gás natural em declínio agravam a crise.
A situação desencadeou a migração em massa para o Peru, com milhares de rotações informais diariamente em busca de bens básicos ou para escapar do desespero econômico.
Cidades fronteiriças como o DeSaguadero relatam até 70% das empresas fechadas devido a interrupções reduzidas da cadeia de gastos e da cadeia de suprimentos. O Chile aumentou as patrulhas militares ao longo de sua fronteira, temendo a migração irregular.
Os protestos contra os crescentes preços e escassez surgiram na Bolívia, à medida que os cidadãos enfrentam os padrões de vida em deterioração. Os especialistas alertam que mais de um milhão de bolivianos podem migrar se as condições piorarem. As comparações com o colapso econômico da Venezuela destacam os riscos de inação prolongada.
Com as eleições iminentes em agosto de 2025, a incerteza política dificulta as reformas necessárias, como reduzir subsídios e diversificar as exportações. Sem ação decisiva, a crise da Bolívia ameaça instabilidade mais profunda e conseqüências regionais mais amplas.