O banco central do Brasil relatou um aumento acentuado no déficit em conta corrente do país em janeiro de 2025, atingindo US $ 8,7 bilhões.
Esse número quase dobrou o déficit de US $ 4,4 bilhões registrado em janeiro de 2024, destacando mudanças econômicas significativas impulsionadas por um superávit comercial diminuído e a crescente demanda de importação.
O superávit comercial, um componente-chave da conta corrente, caiu 78% ano a ano, para US $ 1,2 bilhão. As exportações caíram 5,7%, refletindo a demanda global mais fraca pelas principais mercadorias do Brasil, como soja, minério de ferro e petróleo bruto.
Ao mesmo tempo, as importações aumentaram 12,2%, impulsionadas pela forte demanda doméstica por máquinas, fertilizantes e produtos químicos, apesar das altas taxas de juros destinadas a conter a inflação.
O déficit da conta de serviços aumentou de US $ 1 bilhão a US $ 4,6 bilhões devido a gastos mais altos em serviços internacionais de viagens e remessas. Enquanto isso, o déficit de renda primária diminuiu ligeiramente de US $ 1,1 bilhão a US $ 5,6 bilhões, à medida que as saídas de pagamento fatorial diminuíram.
O investimento direto estrangeiro (IDE) forneceu apoio crítico às contas externas do Brasil em janeiro, totalizando US $ 6,5 bilhões. Essa entrada cobriu o déficit em conta corrente, mas com uma margem de estreitamento em comparação com os anos anteriores.
Déficit crescente e forte suporte de IDE
Nos últimos 12 meses, o déficit em conta corrente aumentou para 3,02% do PIB, o nível mais alto desde junho de 2020.
Os economistas esperavam um déficit um pouco menor de US $ 8,3 bilhões em janeiro. No entanto, o déficit maior ressalta desafios persistentes no equilíbrio de contas externas.
As importações crescentes sinalizam a resiliência econômica, apesar do aperto monetário, enquanto as exportações em declínio refletem os ventos de cabeça globais que afetam o desempenho comercial do Brasil.
A posição externa do Brasil permanece relativamente estável devido a reservas estrangeiras substanciais de US $ 328 bilhões e dívida externa gerenciável de US $ 77,5 bilhões. O regime de taxa de câmbio flutuante também oferece flexibilidade para se ajustar aos choques econômicos.
Enquanto o IDE continua a compensar os déficits, a lacuna estreitada levanta preocupações sobre a sustentabilidade a longo prazo se os déficits crescerem mais rapidamente do que os entradas de investimento.
Os formuladores de políticas enfatizam que reservas estrangeiras robustas do Brasil e fontes de financiamento diversificadas fornecem resiliência contra vulnerabilidades externas, apesar desses crescentes desequilíbrios.