O governo do Equador, liderado pelo presidente Daniel Noboa, mudou o comando da polícia nacional para Guayaquil em resposta a uma onda extraordinária de crimes violentos.
Essa decisão ocorre quando números oficiais mostram que a taxa de homicídios do Equador subiu para 44,5 por 100.000 pessoas, a mais alta da América do Sul.
A medida visa centralizar as operações de segurança na cidade mais afetadas pelo crime organizado e tráfico de drogas.
Guayaquil, juntamente com Durán e Samborondón, responsáveis por 40 % das violentas mortes do país nos primeiros quatro meses de 2025.
Entre janeiro e abril, o Equador registrou 3.084 mortes violentas, em comparação com 1.951 no mesmo período do ano passado.
Os analistas de segurança alertam que, se essa tendência continuar, o Equador poderá ver mais de 9.000 homicídios até o final de 2025.
O Equador move o comando da polícia nacional para Guayaquil em meio a um aumento sem precedentes de violência
Gangues criminosas, muitas ligadas ao tráfico internacional de drogas, estão lutando pelo controle de portos e áreas urbanas, transformando a cidade em um campo de batalha.
O presidente Noboa declarou um “conflito armado interno” em janeiro de 2024, designando legalmente 22 organizações criminais como grupos terroristas.
Isso permitiu que os militares se juntassem à polícia em operações de segurança. Nos primeiros dez dias deste conflito, as autoridades prenderam 2.369 pessoas, apreenderam mais de 6,3 toneladas de drogas e confiscaram milhares de armas e explosivos.
Luta pelo controle em Guayaquil: sinais de implantação do exército que aumentam a crise no Equador
Desde então, o governo impôs estados de emergência em várias províncias, o toque de recolher estabelecido e os principais bairros militares.
A violência desestabilizou o clima de negócios do Equador. Grupos criminais extorquirem empresas locais, interrompem o comércio e prejudicam a confiança dos investidores.
Em Durán, as gangues se infiltraram no governo municipal, criando uma economia paralela e prestando serviços onde o estado falhou.
A crise de segurança também levou milhares de equatorianos a fugir, tornando -os o segundo grupo mais interceptado que atravessava a perigosa lacuna de Darien e os venezuelanos.
O presidente Noboa pediu apoio internacional, inclusive dos Estados Unidos, para combater essas ameaças.
Apesar das operações militares e policiais em andamento, a violência continua a subir. O governo sustenta que a redução de homicídios é uma meta não negociável.
A realocação do comando policial para Guayaquil ressalta a urgência e a escala da crise de segurança do Equador.