Os Estados Unidos suspenderam todas as contribuições financeiras para a Organização Mundial do Comércio de 2024 e 2025, três fontes comerciais revelaram para a Reuters ontem.
Esse movimento marca outro passo na retirada sistemática do presidente Trump de instituições internacionais desde que retornou ao cargo em janeiro. Os EUA normalmente contribuem com 11% do orçamento anual da OMC, aproximadamente US $ 25,5 milhões de seus custos operacionais de US $ 232 milhões.
Um delegado dos EUA anunciou a pausa de financiamento durante uma reunião de orçamento de 4 de março, citando uma revisão contínua das contribuições para as organizações internacionais. O governo de Trump tem como alvo vários órgãos globais este ano.
O presidente assinou uma ordem executiva em 4 de fevereiro, exigindo uma revisão abrangente de 180 dias de todas as organizações e tratados internacionais. Essa ação já desencadeou a retirada do Conselho de Direitos Humanos da ONU e interrompeu o financiamento para a Agência de Socorro da ONU para refugiados palestinos.
A OMC já havia sofrido com ações dos EUA durante o primeiro mandato de Trump. Em 2019, o governo bloqueou novos compromissos ao órgão de apelação da OMC, prejudicando seu sistema de resolução de disputas. Washington acusou o corpo de ultrapassagem judicial em disputas comerciais.
Mudança de dinâmica global
Os funcionários comerciais confirmam que a OMC agora desenvolve planos de contingência para operar sem financiamento americano. Essa suspensão financeira se alinha às críticas de longa data de Trump às instituições multilaterais como ineficaz e injusta aos contribuintes americanos.
Os EUA também planejam se retirar da Organização Mundial da Saúde, que Trump acusou anteriormente de manipular a pandemia covid-19 e ser excessivamente deferente à China.
Esses movimentos representam uma mudança fundamental na política externa americana. O governo de Trump prioriza acordos bilaterais e direto o controle americano sobre os recursos, em vez de cooperação multilateral.
Os críticos argumentam que desafios globais, como pandemias e disputas comerciais, exigem colaboração internacional. Os apoiadores mantêm essas organizações minam a soberania nacional e os interesses americanos.
A administração não especificou quando pode concluir sua revisão de organizações internacionais ou se o financiamento pode retomar sob determinadas condições. A maioria dos especialistas espera mais saques das instituições globais à medida que o segundo mandato de Trump progride.