O mercado de ações brasileiras (B3) terminou em 28 de fevereiro de 2025, em uma nota azeda, com o índice Bovespa (IBovespa) caindo 1,60% para fechar em 123.780 pontos. O declínio marcou um nível baixo de um mês, pois os fatores globais e domésticos pesavam pesadamente no sentimento do investidor.
O dia refletiu uma venda mais ampla nos mercados internacionais, impulsionada pela escalada de tensões geopolíticas e dados econômicos decepcionantes.
O anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de novas tarifas sobre importações do Canadá, México e China, sacudiu os mercados globais. Esse movimento de política aumentou os temores de uma prolongada guerra comercial, provocando aversão ao risco em todo o mundo em todo o mundo.
Os mercados asiáticos e europeus também sofreram perdas, enquanto os índices dos EUA mostraram resultados mistos ao fechamento, com o Dow Jones em 0,39%, o S&P 500 subindo 1%e o Nasdaq ganhando 1,63%. No entanto, esses ganhos ocorreram após uma sessão volátil marcada por preocupações com a inflação e a desaceleração do crescimento.
Internamente, as perspectivas econômicas do Brasil aumentaram o pessimismo. Uma previsão de PIB mais fraca do que o esperado para o primeiro trimestre de 2025 compostos preocupações com a capacidade do país de navegar pelos ventos de cabeça globais.
O déficit em conta corrente do Brasil subiu para US $ 8,7 bilhões em janeiro de 2025, quase dobrando em relação a um ano anterior, conforme relatado pelo Banco Central. O investimento direto estrangeiro (IDE) cobriu apenas US $ 6,5 bilhões desse déficit, levantando preocupações sobre a sustentabilidade do financiamento externo.
A negociação do dia viu performances mistas entre ações individuais. Marcopolo SA subiu 2,80% para R $ 7,35 (US $ 1), impulsionado pela forte demanda de exportação e resultados de ganhos sólidos.
A EleTrobras ganhou 2,60% para R $ 38,22 (US $ 6), apoiada pelo otimismo em torno dos esforços de privatização. No lado perdedor, a Marfrig Alimentos SA mergulhou 10,15% para R $ 13,63 (US $ 2), ferida ao crescer custos de entrada e orientação fraca de ganhos.
Os volumes de negociação em B3 estavam ligeiramente abaixo da média, à medida que os investidores permaneceram cautelosos em meio à maior volatilidade.
Os fluxos de ETF também refletiram esse sentimento; Os ETFs de criptomoeda experimentaram saídas significativas globalmente, com os ETFs de Bitcoin perdendo aproximadamente US $ 266 milhões em ativos líquidos.
O mercado de ações brasileiras cai em meio à incerteza global e às preocupações domésticas
Tecnicamente, a IBovespa testou seu nível de suporte perto de 123.000 pontos, mas permaneceu abaixo da média móvel de 50 dias, sinalizando o momento de baixa. Os analistas observaram condições de superdivência com um índice de força relativa (RSI), sugerindo potencial para uma recuperação de curto prazo.
Os participantes do mercado expressaram preocupações sobre o ambiente desafiador. Patrick Munnelly, da Tickmill, observou que “a escalada de tarifas assustou os mercados globais”, enquanto os analistas locais destacaram as vulnerabilidades econômicas do Brasil como pontos de pressão adicionais.
A combinação de incerteza global e desafios domésticos deixa os investidores cautelosos à medida que olham para o desenvolvimento dos principais desenvolvimentos em políticas comerciais e dados econômicos para sinais de estabilização ou mais turbulência em março.