A economia mexicana deve crescer apenas 0,8% em 2025, de acordo com uma pesquisa recente do Banco do México (Banxico). Isso marca um rebaixamento significativo da previsão de 1,2% feita no final de 2024 e reflete os desafios contínuos, tanto nacional quanto internacionalmente.
Os analistas atribuíram essa perspectiva mais fraca a políticas monetárias restritivas, incerteza política e pressões externas, principalmente dos Estados Unidos. As estimativas do setor privado variam, com algumas instituições financeiras, como o Banamex, prevendo o crescimento tão baixo quanto 0,2%.
Os números revisados também representam a menor previsão de crescimento em mais de um ano, destacando um declínio acentuado da projeção otimista de 2,01% feita no início de 2024. Apesar desses desafios, a estimativa do Banxico de 0,6% de crescimento permanece dentro de um intervalo semelhante, embora ainda seja muito abaixo da amiziosa previsão do governo de 2 a 3%.
A inflação, por outro lado, deve fechar em 3,75%, ligeiramente acima da meta do Banxico de 3%. Embora esse número represente uma melhoria em comparação com os anos anteriores, ele permanece maior do que o desejado.
A inflação central é projetada para estabilizar entre 3,25% e 3,5%, apoiada pelo declínio dos preços da energia e uma flexibilização gradual da política monetária. O Banxico já começou a cortar as taxas de juros do seu pico de 10%, com as expectativas para que a taxa termine o ano em aproximadamente 8,19%.
Perspectiva econômica sombria para o México
O sentimento do investimento permanece sombrio, com 92% dos analistas pesquisados afirmando que a economia do México é pior do que há um ano atrás. Mais da metade antecipam mais deterioração das condições comerciais ao longo de 2025, enquanto apenas 5% acreditam que é um bom momento para investir.
Os principais obstáculos incluem questões de governança, insegurança pública (citada por 20% dos entrevistados) e incerteza sobre políticas comerciais e condições econômicas domésticas. Riscos externos vinculados às relações EUA-México sob as lutas econômicas do governo do presidente Donald Trump.
As tarifas propostas sobre bens mexicanos podem sufocar ainda mais o crescimento e reduzir os fluxos de remessas que representam quase 3% do PIB. Além disso, as reformas constitucionais no México corroeram a confiança dos investidores e desencorajaram o investimento estrangeiro direto, exacerbando a desaceleração dos gastos públicos e privados.
Em meio a esses desafios, oportunidades como tendências de nearchoring e consumo privado oferecem alguma esperança de recuperação. No entanto, sem reformas estruturais significativas ou governança aprimorada, as perspectivas econômicas do México permanecem restringidas em 2026.