Os comitês do Senado do México aprovaram uma reforma constitucional para fortalecer a soberania nacional com 41 votos a favor, quatro contra e sem abstenções.
Proposta pelo Presidente Claudia Sheinbaum, a reforma responde a preocupações crescentes sobre a potencial interferência estrangeira, principalmente após a recente designação dos Estados Unidos de seis cartéis de drogas mexicanas como organizações terroristas estrangeiras.
Esse movimento levantou temores no México de possíveis ações militares dos EUA. A reforma altera os artigos 19 e 40 da Constituição para proibir explicitamente intervenções estrangeiras, incluindo intromissão nas eleições, golpes ou violações territoriais por terra, mar, ar ou espaço.
Também expande a detenção preventiva obrigatória para incluir o terrorismo e impõe penalidades estritas para nacionais ou estrangeiros envolvidos em tráfico ilegal de armas ou atividades que ameaçam a soberania do México. Essas medidas visam abordar o fluxo de armas de fogo feitas nos EUA no México, que representam até 90% das armas recuperadas em cenas de crime.
O Presidente Sheinbaum enfatizou que, embora o México valorize a colaboração com os EUA em questões de segurança, isso não toleraria ações unilaterais ou interferência externa em questões domésticas. “A coordenação é bem -vinda, mas a subordinação não é”, afirmou.
A proposta reflete os princípios de longa data do México de não intervenção e autodeterminação, mas atraiu críticas dos legisladores da oposição. O senador Guadalupe Murguía (Pan) chamou a reforma redundante, argumentando que as disposições constitucionais existentes já protegem a soberania.
A senadora Claudia Anaya (PRI) criticou sua redação como mal convocada. Esse impulso legislativo ocorre em meio a uma vigilância nos EUA, perto da fronteira mexicana e aumentou o uso de drones para monitorar os cartéis.
Se promulgada, a reforma poderá remodelar a estrutura legal do México para lidar com a interferência estrangeira e o crime organizado. Também sinaliza uma posição firme sobre a soberania, enquanto o México navega em seu complexo relacionamento com os Estados Unidos, equilibrando a cooperação em segurança com a independência nacional.