O novo governo de esquerda do Uruguai, liderado pelo presidente Yamandú Orsi, assumiu uma posição neutra inesperada na crise política da Venezuela.
O ministro das Relações Exteriores, Mario Lubetkin, revelou essa posição em uma entrevista recente com o jornal espanhol El Mundo, marcando uma mudança significativa na política externa do país.
Lubetkin declarou: “Não reconhecemos ninguém neste momento: nem Maduro, nem o presidente que alegou ter vencido”. Esta posição diverge da abordagem anterior da administração central-direita.
O governo anterior reconheceu o líder da oposição Edmundo González Urrutia como presidente legítimo da Venezuela. A ampla coalizão da frente, uma aliança política de esquerda, retornou ao poder no Uruguai depois de vencer as eleições de 2024.
Tradicionalmente, os governos de esquerda no Uruguai mantiveram relações amistosas com a Venezuela sob Hugo Chávez e Nicolás Maduro. No entanto, a posição do novo governo reflete uma abordagem mais sutil à política regional.
Lubetkin reconheceu os desafios que essa posição cria, particularmente em relação aos cidadãos uruguaios na Venezuela. Ele levantou preocupações sobre sua proteção, destacando as implicações práticas da postura diplomática do Uruguai.
Apesar dessas questões, o governo não planeja restaurar completamente as relações diplomáticas com a Venezuela. Essa mudança na política externa do Uruguai pode afetar a dinâmica regional.
A Venezuela tem sido uma questão controversa na política latino-americana, com os governos de esquerda geralmente hesitam em criticar abertamente o regime de Maduro. A nova posição do Uruguai, embora não apoie Maduro, representa um amolecimento da posição crítica de seu antecessor.
O governo ORSI agora enfrenta a tarefa de equilibrar seus princípios de esquerda com diplomacia pragmática. À medida que o Uruguai navega nessa situação complexa, sua abordagem à Venezuela será monitorada de perto pelos países vizinhos e observadores internacionais, potencialmente influenciando as tendências diplomáticas regionais.