O mais recente relatório econômico da OCDE, divulgado em 3 de junho de 2025, mostra uma imagem cautelosa para o crescimento econômico da América Latina.
A organização prevê que as sete maiores economias da região – Brazil, México, Colômbia, Argentina, Chile, Peru e Costa Rica – crescerão em média 2,4% em 2025, acima dos 1,4% em 2024, mas ainda abaixo do crescimento de 1,9% registrado em 2023.
Essa recuperação modesta ocorre em meio a um ambiente global marcado pelo aumento das barreiras comerciais, condições financeiras mais rígidas e incerteza política que pesam pesadamente nas perspectivas da região.
O Brasil, a maior economia da região, deve crescer cerca de 2,1% em 2025, uma desaceleração de 3,8% em 2024. Os gastos domésticos impulsionarão o crescimento, apoiados por um mercado de trabalho robusto, mas a demanda externa permanece fraca.
Espera -se que o crescimento do México diminua para cerca de 0,4% em 2025, abaixo de 2,1% a 2,5% em 2024, devido a tarifas mais altas dos EUA e à demanda de exportação mais fraca.
A Colômbia antecipa uma recuperação parcial com o crescimento de 2,5%, ajudado pela melhoria das condições de investimento, apesar das pressões persistentes da inflação.
A Argentina se destaca com um rebote projetado que varia de 2,7% a 5%, recuperando -se de uma contração severa em 2024 causada por hiperinflação e aperto fiscal.
Espera -se que o Chile e o Peru cresçam em torno de 2,4% a 3,0%, beneficiando -se da inflação estável e da demanda externa por exportações -chave como cobre e lítio. O Paraguai e o Uruguai mantêm crescimento moderado, apoiado pelos setores de agricultura e energia.
A inflação continua sendo um desafio em toda a região. O Brasil e o México esperam que a inflação seja moderada, mas permaneça acima das metas do banco central, enquanto a inflação da Argentina permanece alta, mas é projetada para diminuir gradualmente.
A inflação energética na América Latina caiu recentemente para o mais baixo em seis meses, ajudado pela queda dos preços internacionais do petróleo, o que oferece algum alívio para consumidores e empresas.
As restrições fiscais limitam a capacidade dos governos de estimular o crescimento. Os países latino -americanos coletam uma média de 21,5% do PIB em receitas, significativamente menor que a média da OCDE de 34%.
Esse espaço fiscal limitado força muitos governos a buscar austeridade ou consolidação fiscal, reduzindo os gastos e investimentos públicos. Tais políticas, embora necessárias para a sustentabilidade da dívida, correm o risco de diminuir a recuperação e atrasar o investimento privado.
Projeções de crescimento para 2025: Destaques do país
País | OCDE 2025 Crescimento do PIB (%) | Principais drivers / problemas |
---|---|---|
Chile | 2.4 | Recuperação industrial, forte demanda externa |
Brasil | 2.1 | Gastos domésticos, mercado de trabalho robusto |
México | 0,4 | Demanda doméstica, afetada pelas tarifas dos EUA |
Argentina | 2.7-5,0 | Recuperação após 2024 contração, ajuste fiscal |
Colômbia | 2.5 | Rebote de investimento, inflação alta, mas declinante |
Peru | 3.0 | Consolidação fiscal, recuperação do setor externo |
Equador | 1.2–1.6 | Restrições fiscais, crescimento modesto |
Paraguai | 3.8 | Recuperação agro, energia forte e indústria |
Uruguai | ~ 2,5–3.0 | Crescimento estável, orientado a exportação |
Bolívia | 1.5–2.2 | Crescimento modesto, desafios do setor externo |
A OCDE destaca vários riscos que podem minar o crescimento. As tensões comerciais crescentes e as medidas protecionistas, especialmente as tarifas impostas pelos Estados Unidos, ameaçam interromper as cadeias de suprimentos e aumentar os custos.
Conflitos geopolíticos e volatilidade nos mercados financeiros adicionam incerteza. Desastres relacionados ao clima também apresentam riscos para a produção agrícola, um setor vital para muitos países.
A compreensão dessas dinâmicas é importante porque o crescimento da América Latina afeta os mercados globais de commodities, os fluxos de migração e a estabilidade regional.
O ritmo lento das melhorias da produtividade e a pobreza persistente – em um quarto da população vive na pobreza – entende a necessidade de reformas estruturais. Sem aumentar a produtividade e o investimento, os ganhos econômicos permanecerão limitados.
Em resumo, a América Latina enfrenta uma recuperação frágil em 2025. O crescimento modesto impulsionado pela demanda doméstica e alguma recuperação de exportação alega com pressões inflacionárias, limites fiscais e choques externos.
O futuro econômico da região depende da navegação em tensões comerciais, do gerenciamento da inflação e da implementação de reformas para aumentar a produtividade e o investimento. Esses fatores determinarão se a América Latina pode fechar a lacuna com economias mais desenvolvidas ou permanecer presa em crescimento lento.