Por que tantas pessoas na América Latina lutam para encontrar um decente

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Dados oficiais do Anuário da Habitação da América Latina e do Caribe 2024 e do Banco de Desenvolvimento Interamericano mostram uma crise habitacional persistente que afeta quase metade das famílias da região.

O déficit não é uniforme: combina uma escassez de casas (déficit quantitativo) e um alto número de casas existentes em más condições (déficit qualitativo).

O déficit habitacional qualitativo médio em toda a Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, México, Panamá, Peru e a República Dominicana é de 23,8%.

Isso significa que quase um quarto das casas nesses países são estruturalmente inadequados, carecem de serviços básicos ou estão superlotados. O déficit quantitativo – domina que simplesmente não existe, mas são necessários – compensa 9,6% do estoque de moradias nesses países.

Os números no nível do país revelam a escala e a diversidade do problema. A Nicarágua enfrenta um dos maiores déficits combinados da região, com mais de 957.000 casas necessárias e 80% da população que vive em casas que não são adequadas ou em estado ideal.

Por que tantas pessoas na América Latina lutam para encontrar um lar decente. (Reprodução da Internet fotográfica)

A Costa Rica, embora melhor, ainda relata uma escassez de mais de 148.000 casas e cerca de 11% de suas famílias não têm moradias adequadas. O déficit oficial do Paraguai é de 1,1 milhão de casas, com 39% dos urbanos e 50% das famílias rurais vivendo em condições inadequadas.

A informalidade do trabalho é uma grande barreira ao progresso. Na Guatemala, cerca de 70% da força de trabalho é informal, dificultando a maioria das famílias para acessar hipotecas ou soluções de habitação formal.

Crise imobiliária da América Latina

A República Dominicana enfrenta um desafio semelhante, com 70% de informalidade. Essa informalidade generalizada limita a eficácia dos programas de crédito e subsídios.

A dinâmica do mercado complica ainda mais a imagem. Na Costa Rica, 90% das novas moradias são construídas para apenas 30% das famílias, deixando a maioria das famílias com preços do mercado. Na Nicarágua, o investimento público e privado atende a apenas 25% das necessidades anuais de moradia, fazendo com que o backlog cresça.

Esses números mostram que o déficit habitacional da América Latina é um mercado estrutural e um desafio político, não apenas um social. A crise é impulsionada pela rápida urbanização, alta informalidade e uma incompatibilidade entre o que o mercado oferece e o que a maioria das pessoas pode pagar.

Abordar isso exigirá investimentos públicos e privados coordenados, reformas para formalizar o trabalho e novas abordagens para o financiamento habitacional acessível.