Ontem, milhares de manifestantes se juntaram ao presidente Rodrigo Chaves em San José, exigindo a demissão do procurador -geral Carlo Díaz. O próprio presidente organizou e liderou a manifestação à sede do promotor em meio a tensões crescentes entre as filiais do governo.
“Agora as pessoas despertaram, hoje é um dia histórico em nossa terra natal”, disse Chaves à multidão de apoiadores que chegaram a dezenas de ônibus particulares. O economista conservador de 63 anos e o ex-funcionário do Banco Mundial mantém classificações de popularidade acima de 60%, apesar das contínuas contínuas.
Atualmente, a Díaz lidera várias investigações contra Chaves, incluindo sondas sobre o suposto financiamento ilegal de campanhas e abuso de poder. O presidente descarta esses casos como tentativas politicamente motivadas de obstruir sua agenda de transformar instituições da Costa Rica.
“Lutamos contra a insegurança e a corrupção”, respondeu Díaz por meio de uma declaração oficial. “Esta demonstração representa um ataque à separação de poderes, e não nos renderemos à pressão”.
O impasse marca uma escalada significativa na abordagem de confronto de Chaves em relação a outros ramos do governo. Desde que assumiu o cargo em maio de 2022, ele tem como alvo várias instituições, incluindo o Judiciário, o Legislativo e o Escritório do Controlador.
O presidente do Supremo Tribunal Orlando Aguirre pediu que respeitasse as fronteiras institucionais. “Exortamos o respeito pela separação de poderes e a coexistência democrática saudável que sempre caracterizou nosso país”, afirmou Aguirre.
Costa Rica enfrenta crise política em meio a tensões crescentes
A Costa Rica, historicamente a democracia mais estável da América Central, agora enfrenta tensões políticas sem precedentes. Os manifestantes usavam camisas representando Díaz, Aguirre, o presidente do Congresso, Rodrigo Arias, e o controlador geral Marta Acosta com a palavra “renuncia”.
A crise se desenrola contra um cenário de crescente violência criminal ligada a organizações de tráfico de drogas. Chaves acusa as autoridades judiciais de inação contra o crime enquanto apontam para sua minúscula de instituições democráticas.
As ameaças de morte contra os legisladores aumentaram nos últimos meses à medida que o discurso político se torna cada vez mais hostil. Vinte legisladores registraram recentemente queixas contra Chaves por suposto incitação contra a ordem constitucional.
Com as eleições presidenciais programadas para fevereiro de 2026, os apoiadores da Chaves esperam ganhar uma maioria legislativa que permitiria reformas constitucionais. O presidente, barrado da reeleição imediata, continua se posicionando como lutando contra o que chama de um estabelecimento corrupto.