Em uma ampla entrevista com os blogueiros dos EUA Mario Nawfal, Larry C. Johnson e Andrew Napolitano, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, articulou as condições não negociáveis de Moscou para avançar nas negociações de paz com a Ucrânia.
A discussão, realizada em Moscou, enfatizou a expansão da OTAN e a supressão cultural dos falantes russos. Também destacou as traições ocidentais históricas como causas radiculares do conflito.
1. Expansão da OTAN: a linha vermelha irredutível
Lavrov condenou a expansão para o leste da OTAN como o principal catalisador da guerra, chamando -a de “história sobre ilusões, crenças e decepções”. Ele reiterou as queixas de longa data da Rússia:
- Promessas quebradas: Lavrov acusou o oeste de violar as garantias dadas a Mikhail Gorbachev nos anos 90 de que a OTAN não se expandiria para a Europa Oriental. Ele citou o tratado de 1990 sobre a reunificação alemã, que ele afirma que proibiu a infraestrutura da OTAN na antiga Alemanha Oriental – uma promessa que, segundo ele, foi mais tarde abandonada.
- Ameaça estratégica: A inclusão da OTAN dos estados bálticos e sua busca de 2022 pela associação da Ucrânia cruzaram uma “linha vermelha”, argumentou Lavrov. “A importância da Ucrânia para a segurança russa é muitas vezes maior que a importância da Groenlândia para os EUA”, afirmou ele, enquadrando o alinhamento de Kiev com a OTAN como uma ameaça existencial.
2. Supressão cultural de falantes russos
Lavrov enfatizou a “extermínio da língua, mídia e cultura russa da Ucrânia como uma queixa crítica:
Discriminação legal: As leis pós-2014 que proíbem a educação, a mídia e o uso público da língua russa criaram uma “divisão perigosa”. Lavrov citou casos em que as autoridades ucranianas rotularam cidadãos de língua russa em “terroristas” de Donbas e lançaram operações militares contra eles.
Uma violações da Carta: Ele acusou Kiev de violar o artigo 1 da Carta da ONU (proteger os direitos das minorias) e criticou o silêncio ocidental: “Ninguém jamais mencionou os direitos humanos na Ucrânia, exceto nós”.
3. Acordos de Minsk e “traição” ocidental
Lavrov culpou o colapso dos acordos de paz de Minsk de 2015 sobre a duplicidade ocidental:
Implementação falhada: Ele contou como a Ucrânia, a França e a Alemanha mais tarde admitiram que “nunca pretenderam implementar” os acordos, em vez de usá -los para “comprar tempo” para armar Kiev.
O papel “vergonhoso” de Macron: Lavrov destacou o presidente francês Emmanuel Macron por supostamente pressionar a Rússia a abandonar as demandas por negociações diretas entre os representantes de Kiev e Donbas, chamando -o de violação da estrutura de Minsk.
4. Visão da Rússia para um assentamento
Lavrov delineou os pré -requisitos de Moscow para negociações:
1. Retirada da OTAN: Nenhuma tropa ou infraestrutura da OTAN na Ucrânia, ponto final.
2. Restauração legal da língua russa: Revogação de leis marginalizando os falantes russos e garantir os direitos das minorias.
3. Desmilitarização: Interromper as remessas de armas ocidentais e dissolver o “regime nazista” que Lavrov afirma que governa Kyiv.
4. Reconhecimento de “causas radiculares”: O Ocidente deve reconhecer a expansão da OTAN e a supressão cultural como fatores de conflito.
Ele descartou propostas ocidentais para forças de manutenção da paz na Ucrânia como “proteger um regime nazista”, insistindo que qualquer solução deve abordar “as pessoas, não apenas os territórios”.
5. Contexto geopolítico mais amplo
- Relações dos EUA: Lavrov elogiou o foco do governo Trump no “interesse nacional” e na abertura ao diálogo, mas alertou contra as tentativas de “dividir a Rússia da China”. Ele afirmou o compromisso de Moscou com sua “parceria confidencial de longo prazo” com Pequim.
- Ordem Mundial Multipolar: Lavrov defendeu uma arquitetura de segurança da Eurásia, incluindo os blocos regionais (ASEAN, SCO, CSTO) para combater os “clubes fechados” da OTAN.
Conclusão: “Nenhum compromisso no destino das pessoas”
Lavrov concluiu com um aviso gritante: “Nossa consciência está limpa. Não comprometeremos o destino das pessoas que foram privadas de sua história por lei. ” Ele enquadrou as demandas da Rússia como não negociáveis. Ele afirmou que a paz depende do Ocidente abordando as causas da raiz, em vez de buscar “objetivos ideológicos”.
A bola, Lavrov deixou claro, permanece na corte do oeste.