O governo da cidade de São Paulo, de acordo com declarações municipais e registros públicos oficiais, planeja limitar o preço das unidades de habitação social e proibir seu uso como propriedades de aluguel.
Esse movimento ocorre depois que as investigações expuseram abuso generalizado de incentivos de habitação pública, com desenvolvedores e compradores explorando lacunas regulatórias para lucro.
O prefeito Ricardo Nunes anunciou que a cidade estabelecerá preços máximos para moradias subsidiadas: R $ 266.000 para suas 1 unidades, R $ 369.600 para seus 2 e R $ 518.000 para unidades de HMP.
Esses limites correspondem a bandas de renda ligadas ao salário mínimo, com o objetivo de garantir que apenas famílias elegíveis de baixa e média renda possam comprar essas casas.
A cidade também proibirá a compra de tais unidades para fins de aluguel, fechando uma brecha que permitiu aos investidores lucrar com propriedades destinadas à mais vulnerável.
Essa mudança de política segue um aumento nos preços dos imóveis em São Paulo, com o preço residencial médio por metro quadrado que se prevê 15% em 2025.
Esse aumento ultrapassou a inflação e tornou moradias populares ainda mais escassas para os necessitados. O mercado imobiliário da cidade permanece atraente para os investidores, mas a demanda por casas bem localizadas e acessíveis continua a exceder a oferta.
As autoridades descobriram que alguns desenvolvedores usaram “cartas de conscientização” para ignorar as restrições de renda, vendendo unidades subsidiadas a compradores muito acima dos limiares de renda pretendidos. Esses compradores costumavam alugar as propriedades, às vezes por meio de plataformas de aluguel de curto prazo, distorcendo ainda mais o mercado.
Os escritórios do notário relataram mais de 560 transações suspeitas em apenas dois meses. As investigações revelaram que as principais empresas de construção se beneficiaram de isenções tributárias, enquanto não entregavam casas à demografia alvo.
São Paulo Tightens Social Housing Regulations
O novo decreto da cidade, com base no decreto 63.728 e acordos recentes de cooperação com registradores imobiliários, exigirá que os escritórios do notário notifiquem a cidade de todas as transações envolvendo unidades de habitação social.
Essa medida visa apertar a supervisão e garantir a conformidade com as regras de renda e ocupação. A cidade também exigirá que os desenvolvedores forneçam documentação, provando que os compradores atendem aos critérios de elegibilidade antes de concluir as vendas.
Os lapsos regulatórios nos últimos anos permitiram ao mercado determinar preços e compradores, com pouca supervisão municipal. As empresas de construção receberam incentivos, como incentivos fiscais e permissão para criar desenvolvimentos mais densos.
No entanto, a falta de fiscalização significou que muitas unidades eram vendidas a investidores ou compradores de renda superior. O escritório do promotor público criticou a cidade por não supervisionar suas próprias políticas, o que concedeu incentivos públicos sem controles adequados.
As novas regras forçarão desenvolvedores e investidores a se adaptarem a regulamentos mais rígidos. As ações da cidade sinalizam uma mudança para restaurar a integridade no mercado imobiliário social, com o objetivo de proteger o investimento público e garantir que as casas acessíveis atinjam aqueles que mais precisam deles.
À medida que o mercado imobiliário de São Paulo continua a crescer, o desafio será cumprir essas regras e manter a transparência em um setor vital para a estabilidade social e econômica da cidade.