A plataforma de mídia social X, anteriormente Twitter, apelou formalmente à Suprema Corte do Brasil depois que o juiz Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio de contas pertencentes à congressista Carla Zambelli.
X argumenta que o tribunal deve bloquear apenas postos específicos considerados ilegais, não contas inteiras, alertando que essas proibições tão amplas equivalem a censura e sufocar a comunicação pública legal.
A equipe jurídica da empresa insiste que a lei brasileira exige que os tribunais identifiquem conteúdo ilegal, não apenas as contas de nome e solicite uma revisão da Suprema Corte completa se Moraes não reverter sua ordem.
Zambelli, um aliado proeminente do ex -presidente Jair Bolsonaro, deixou o Brasil no final de maio de 2025, depois que a Suprema Corte a condenou a mais de dez anos de prisão por orquestrar um hack do sistema do Conselho Nacional de Justiça.
Os promotores dizem que ela instruiu um hacker a inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão falsa para a justiça Moraes, no que eles chamaram de um esforço para minar o judiciário. O tribunal também impôs uma multa de 2 milhões de reais por danos públicos.
Zambelli afirma que é vítima de perseguição política pelo judiciário. Ela viajou de carro de São Paulo a Foz do Iguaçu, atravessou a Argentina e depois voou para a Flórida, Estados Unidos.
Ela afirmou publicamente que não pretende retornar ao Brasil, argumentando que o judiciário do país tem como alvo políticos de direita e a impede de cumprir seus deveres legislativos.
Zambelli diz que levará seu caso aos fóruns internacionais para expor o que ela descreve como abusos pelas autoridades brasileiras. O promotor -geral do Brasil solicitou à Interpol que emitisse um aviso vermelho para a prisão e a extradição de Zambelli.
Inicialmente, ela pensou em mudar para a Itália, onde possui cidadania, mas indicou que pode permanecer na Flórida e buscar asilo político, citando preocupações de que a Itália poderia atender ao pedido de extradição do Brasil mais facilmente do que os EUA
A Justiça Moraes justifica suas ordens como necessário para combater a desinformação e proteger as instituições democráticas, argumentando que a liberdade de expressão não cobre atos ou ataques criminosos ao Estado de Direito.
A Suprema Corte emitiu ordens semelhantes contra outras figuras e plataformas da oposição, exigindo a conformidade rápida e impondo multas pesadas para atrasos.
O Brasil é um mercado importante para X, com dezenas de milhões de usuários. A empresa enfrenta o desafio de equilibrar as demandas legais locais com seu compromisso declarado com a liberdade de expressão.
O governo brasileiro criticou a resistência de X, alerta de possível escalada e proibições mais amplas. Esta disputa destaca a tensão crescente entre empresas globais de tecnologia e tribunais nacionais sobre o controle das plataformas digitais.
O resultado afetará como as empresas operam em mercados onde estão aumentando os riscos legais e políticos e onde o poder judicial pode afetar diretamente as operações e os direitos do usuário.